sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Hoje é o dia da Bandeira!

Hino à Bandeira Nacional

Letra: Olavo Bilac
Música: Francisco Braga

Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Econofísica?

Já estão misturando Física com Economia.
Acho que os físicos e economistas não se entenderão, mas...vejam só:

I Oficina Carioca de Econofísica

A Distribuição de Gompertz-Pareto Aplicada a Renda Individual do Brasil

Nesse trabalho utilizamos a curva de Gompertz associada a lei de potência de Pareto para propor uma distribuição descritiva da renda individual no Brasil de 1978 a 2007. Utilizando os dados da Pesquisa
Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) coletados pelo IBGE, obtivemos a distribuição de renda individual normalizada pela média da renda do mês de coleta, setembro de cada ano, no período em questão. Verificamos que uma função exponencial não se adéqua a essa distribuição, a qual sugere naturalmente utilizar a curva de Gompertz (uma dupla exponencial) para descrever os dados de 99% da população brasileira. O 1% restante, que configura a renda individual dos mais ricos, é bem descrito pela lei de potência de Pareto, o que caracteriza a população brasileira como sendo formada por duas classes distintas. Discutimos a possibilidade de que estas duas classes de renda sejam inter-relacionadas por uma dinâmica descrita pelo modelo macroeconômico de Goodwin, o qual é uma aplicação do modelo clássico de presa predador de Lotka-Volterra à dinâmica de crescimento com ciclos. Concluímos que a distribuição de Gompertz-Pareto oferece uma boa ferramenta descritiva da distribuição de renda no Brasil, possivelmente aplicável a outros países.


Descrição de Langevin para a Dinâmica Estocástica de Observáveis Financeiros

Apresentamos um resumo de modelos estocásticos para observáveis financeiros tais como retorno de preços, volatilidade e volume financeiro, nos quais são utilizadas teorias generalizadas, como mecânica estatística não-extensiva e super estatística.


Entropia não Aditiva, Mecânica Estatística não Extensiva e Econofísica: Valores Extremos em Finanças

Após uma breve introdução aos conceitos centrais associados à entropia não aditiva e à mecânica estatística não extensiva, serão apresentadas algumas aplicações típicas em física, economia e outras áreas. Finalmente, alguns resultados recentes sobre valores financeiros extremos e a função de risco associada serão também apresentados. Bibliografia: C. Tsallis, "Introduction to Nonextensive Statistical Mechanics - Approaching a Complex World" (Springer, New York, 2009).


O Ruído Significativo das Séries Financeiras

Motivados por analogias com a turbulência em fluidos, estudamos a filtragem de séries financeiras de alta frequência, com o objetivo de decompô-las em componentes correlacionadas (sinal) e componentes descorrelacionadas (ruído). Trabalhando com wavelets de Haar e corte fixo de filtragem, obtemos, surpreendentemente, que os papéis desempenhados por sinal e ruído são invertidos na avaliação dos prêmios das opções baseadas no índice FSTE100. Observamos que os valores das opções não são essencialmente afetados pelo uso do ruído filtrado, de pequena volatilidade (redução por um fator de 10) e que retém apenas 20% dos coeficientes originais de wavelet. A diminuta, porém revelante componente de ruído (1) é normalmente distribuída, (2) possui correlações de longo alcance na volatilidade e índice e (3) é temporalmente assimétrica. Nossos resultados indicam que o uso corrente de distribuições leptocúrticas para as flutuações de log-retorno pode ser, de fato, ingrediente não fundamental no problema da precificação de derivativos.


Jogos de Nomeação

A partir de alguns exemplos de dinâmicas de opiniões vamos apresentar um modelo, chamado de “jogo de nomeação”, introduzido recentemente com o objetivo de descrever o surgimento de neologismos em comunidades de agentes que comunicam entre eles. Apresentaremos algumas propriedades de escala do modelo, a capacidade de descrever sistemas abertos e a possibilidade de introduzir exemplos de sintaxes elementares.


Soros' Reflexivity Theory and Financial Markets' Complexity

Everyone in the financial market knows the Forex legend George Soros. He is the man who traded against the Bank of England and won. Actually, he earned around US$ 1.1 billion in this trade by going short in the sterling pound. In the early `70s, his Quantum Fund printed an astonishing average return of 40% a year for the entire decade. How he did that? Soros says: Reflexivity Theory. However, despite of how he has achieved a great success using his theory in managing money for more than 3 decades by now, the theory itself has gotten no interest in academic circles, mainly in economics. A alleged reason could be the complexity of the theory. In this presentation we will stand for Reflexivity Theory and show its relationship to complexity and then how it could be understood by physicists. The ideas behind Soros’
theory call for a different way of building market models: A Beliefs Dynamic Model.

Obs.: Ocultei os autores, evidentemente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A tirania da felicidade

“Eu li, tá fora de moda/ É falta de educação/ É proibido sofrer/ Os dias são
de euforia/ A felicidade é uma obrigação”. Os versos da música
“É proibido sofrer”, do cantor carioca Leoni, evidenciam um fenômeno contemporâneo que vem chamando a atenção de pesquisadores e acadêmicos: o imperativo da felicidade.


Esse conceito expressa que, mais do que nunca, ser feliz é um direito de todos e compromisso moral de cada indivíduo. Segundo essa definição, a felicidade deixou de ser um estado de exceção; não mais está atrelada à sorte, ao destino ou à vontade de deuses. Passou a depender apenas do esforço de cada um em gerir suas emoções e pensamentos contra o sofrimento. “Se um indivíduo sofre, a culpa é dele por não saber agenciar sua própria alegria. Ele é obrigado a aparentar entusiasmo e alardear uma personalidade extrovertida. Não há espaço para enunciar o sofrimento”, destaca João Freire Filho, professor da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ e organizador do seminário “Ser feliz hoje”, que, nos dias 25 e 26
de agosto, debateu o imperativo da felicidade.
Ela é incentivada em anúncios publicitários, na literatura de autoajuda, em trabalhos acadêmicos e políticas governamentais. Já se cogita até mesmo utilizar a felicidade como um dos mecanismos de medição do desenvolvimento de um país. Criado em 1972, no Butão, território do Himalaia, o conceito da Felicidade Interna Bruta (FIB), que vem ganhando adeptos em todo o mundo, calcula a riqueza de uma nação a partir de fatores como bem-estar social, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental, e não apenas com base em aspectos econômicos.
No Brasil, o assunto também anda em alta. Tanto é que, em julho, foi protocolada, no Senado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Felicidade. Apresentada pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a PEC pretende alterar o artigo 6º da Constituição, que trata dos direitos sociais da população. O objetivo é incluir a felicidade entre as garantias asseguradas pelo texto. A campanha em favor do projeto, intitulada “Movimento + Feliz”, arregimentou artistas e contou com a adesão de grandes empresas dos setores industrial, comercial e de serviços.
Outro dado comprovador do espaço que a busca pela felicidade ocupa na vida contemporânea é o bom êxito de livros de autoajuda. São inúmeros os títulos que funcionam como verdadeiros manuais para a obtenção da alegria plena. Somente nos Estados Unidos da América (EUA), esse tipo de literatura movimenta cerca de 580 milhões de dólares por ano. “A Psicologia Positiva, nascida na virada do século XX para o XXI, representa bem o dever moral de ser feliz. Ela valoriza os pontos fortes do ser humano, com a meta de fazer as pessoas não pararem de se sentir contentes. Não faço apologia à melancolia, mas esse imperativo da felicidade traz problemas para
aqueles que não conseguem dar conta da tarefa de ser feliz. Além disso, ele patologiza determinados comportamentos, como a timidez, por exemplo, e impede outras possibilidades de existência”, pontua João Freire, que também é organizador do livro Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade (Editora FGV, 2010), lançado no evento “Ser feliz”.

Felicidade: um projeto atual
O conceito de felicidade foi se modificando ao longo do tempo. Na Antiguidade, ser feliz significava ausência de dor, prazer e satisfação. Com o Cristianismo, a felicidade ideal tornou-se um objetivo a ser alcançado apenas em outro plano. No Iluminismo, entretanto, o panorama se altera: “O discurso iluminista trouxe à tona a ideia de que era possível promover a felicidade ampla, geral e irrestrita. Ela passa a ser um bem que deriva do fato de ‘sermos todos iguais’. A noção de igualdade como condição prévia para a cidadania é o que agencia o imperativo da felicidade”, explica Joel Birman, psiquiatra do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ e palestrante do seminário “Ser feliz hoje”.
Nesse contexto, como é possível gerir os conflitos gerados entre projetos individuais de felicidade e aqueles mais amplos, que visam ao bem-estar social? Esse é o principal questionamento de Gilberto Velho, antropólogo do Museu Nacional (MN) da UFRJ. “O crucial é entender se os projetos individuais dialogam ou respeitam as questões de responsabilidade social. Projetos de natureza distinta são, muitas vezes, alvo de conflitos de interesse. Até que ponto o Estado e o poder público podem mediálos, dado que a sociedade é desigual e marcada pela forte aspiração de ascensão social?”, questiona o professor.

Ser feliz é...
“Eu quero morrer... Só isso que tenho a dizer. (...) Preciso emagrecer. Preciso me livrar dessas banhas nojentas que me fazem ser um ser inferior.” Para a adolescente que escreveu esse desabafo em um dos mais famosos blogs próanorexia da Internet, ser feliz é estar magra. Assim como ela, entre 10% e 15% da população feminina mundial apresentam algum grau de distúrbio alimentar. A busca pelo corpo perfeito é, na opinião de Maria Paula Sibilia, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em Tecnologias Digitais, Imagens e Práticas Corporais, um dos projetos mais evidentes da felicidade contemporânea.
A pesquisadora destaca que a obsessão pela boa forma física produz o desprezo pelos processos naturais de envelhecimento do corpo. “As pessoas querem encarnar a perfeição, é como se o corpo fosse uma imagem a ser depurada. As imperfeições, entretanto, são inerentes ao ser humano. A corrida pelo físico ideal se tornou o centro da vida de muitos indivíduos. Para eles, o mero fato de viver já é uma desvantagem, visto que a ordem natural da vida é o desgaste e a degeneração do próprio corpo”, explica a professora do Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF.
A consequência do culto aos estereótipos de beleza é, de acordo com Maria Paula, sombria. O corpo passa a ser fonte de desgostos e inquietações. Explodem, então, casos de depressão, anorexia, bulimia e outros distúrbios, que vão de encontro, em última instância, à premissa da felicidade. “Os sujeitos contemporâneos acreditam, sobretudo, no valor da imagem – tanto a do espelho como a do olhar alheio. Nesse contexto, o corpo sofre e é punido. Não basta consumir, olhar os corpos perfeitos; devemos imitá-los. O indivíduo vira um campo de batalha”, alerta Sibilia, autora, entre outros, de O show do eu: a intimidade como espetáculo (Nova Fronteira, 2008).
A mídia e o mundo das celebridades veiculado por ela acabam por contribuir com a criação de modelos ideais de beleza e de vida. Vera Regina Veiga França, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) presente ao seminário “Ser feliz hoje”, lembra que heróis e famosos, desde os gladiadores romanos até as sociedades de corte, sempre exerceram fascínio sobre os anônimos. A diferença é que, atualmente, as celebridades são mais próximas e descartáveis. “As estrelas de hoje suscitam, além de admiração, nosso olhar crítico. Frequentemente vemos que nossos ídolos têm pés de barro. O jogador Ronaldo, por exemplo, faz um casamento em um palácio que se transforma em ‘barraco’. Vera Fisher tem problemas com drogas e nem todas as suas plásticas foram bem-sucedidas. Ou seja, apesar de serem referências de felicidade, as estrelas têm falhas e defeitos, e isso nos tranquiliza”, observa a especialista em Processos Interativos Midiáticos.

O efeito “soma”
Em sua obra mais conhecida, o livro Admirável Mundo Novo, escrito na década de 1930, o autor inglês Aldous Huxley narrou um hipotético futuro em que as pessoas recorriam a uma droga para fugirem de seus problemas e, assim, preservarem a ordem dominante vigente. O “soma” era fornecido para os trabalhadores suportarem os serviços pesados e utilizado pelas classes superiores como meio de obter diversão e felicidade.
O cenário futurista de Huxley não se concretizou, mas as drogas são, hoje, um importante mecanismo de fuga da realidade e obtenção de prazer imediato. “Há um culto às drogas em nossa sociedade. Tanto as ilegais como aquelas receitadas por psiquiatras são voltadas para melhorar a autonomia da performance social do indivíduo”, opina Joel Birman, do IP-UFRJ, complementando que a depressão e a síndrome do pânico são dois transtornos típicos da frustração gerada pelo fracasso diante da imposição de ser feliz.
Medicamentos recomendados para pacientes com narcolepsia são ingeridos por caminhoneiros, médicos plantonistas e pilotos de avião para se manterem acordados
por mais tempo. Jovens fazem uso de antidepressivos e calmantes para deixarem a inibição e o estresse de lado. Para Benílton Carlos Bezerra Jr., professor do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), esses exemplos comprovam que a droga deixou de ser um alívio para doenças e passou a funcionar como trampolim para o bem-estar individual. “A indústria dos psicofármacos introduziu a ideia de que a regulação biológica da experiência subjetiva é desejável. Até pouco tempo, tomar remédio era sinônimo de debilidade
psicológica. Hoje, negá-lo é visto com maus olhos. Com o imperativo da felicidade, até a Psiquiatria adquiriu a função de promover satisfação, alegria e felicidade”, conclui o especialista em Saúde Coletiva.

Por: Aline Durães, extraído do Jornal da UFRJ, n°56, Setembro/Outubro de 2010.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

METRALHADORA GIRATÓRIA

Metralhadora giratória - essa é a segunda vez que eu me deparo com ela - é a forma que eu vejo as coisa quando eu não estou muito bem, ou seja: Fico querendo atirar palavras em todas as direções como uma forma de defesa ou de me manter vivo, de sentir um certo alívio e uma sensação de liberdade. Faz
sentido? Não sei, mas é uma maneira de tentar aliviar uma certa angústia que
eu sinto de vez em quando.
Cá estou eu de volta alguma coisa me puxou. Ao mesmo tempo que puxa, trava. Estou tentando encontrar um modelo matemático que possa explicar esses
repentes. Um dia encontro.
Quando eu começava a dedilhar este segundo parágrafo, ela entrou, me
cumprimentou e comentou um detalhe técnico, como quem me convida para
participar. Não tenho outra alternativa a não ser parar e ir ao seu
encontro.(vou ter que datar para poder fazer a análise matemática). Fui!!!
Dia seguinte (virou narrativa) - 05/10/2010.
Cadê ela? Não está aqui. Mas é só eu começar a escrever que ela aparece. Não
sei se é bom ou ruim.
Mas não é sobre isso que eu estou querendo falar, mas o pensamento atrapalha.
O problema é que às vezes estou com a "metralhadora" na mão mas sem munição.
Fazendo uma auto análise, cheguei a conclusão que a minha tendência é para
escrever narrativamente com pouca descrição e detalhes físicos. Se bem, que
este texto é livre, como eu eu gosto, sem regras, onde o pensamento flui.
O texto intitulado "O Poder da Escrita", esse sim deve ser bem elaborado,
dentro das regras. Então vou ficar com os dois. Ora escrevo aqui (livre), ora
escrevo lá (regra). Vou publicar essa "paradinha" no meu blog. (viadagem!).

Acabei de deixar pra lá outro texto que eu estou escrevendo - "Primeira Tentativa" se eu não me engano. Ele tava ficando muito chato. Dizem que escrever é uma atividade solitária, mas eu acho que os escritores não são. Pode ser que o isolamento seja importante mas a solidão não.
13/10/10, hoje, se meu pai estivesse vivo, estaria fazendo 98 anos. Quem dera! Saudades! Se não fosse ele, o que seria de mim? Deixa pra lá. Senti um pouco de egoísmo da parte dela ou medo de perder o livro? Hoje ela não me deu a mínima bola, nem sequer olhou nos meus olhos. Eu que passei o feriadão todo pensando nela!
O babaca do meu amigo, gente boa, acabou de meter a cara aqui pra ver o que eu estava escrevendo. Deixa pra lá, vou cuidar de outra coisa porque daqui a pouco vou ter que ir embora mesmo.
Dia seguinte: Estava eu lendo minhas mensagens quando me deparei com vários textos escrito por um primo meu e percebi o quanto é importante conhecermos o nosso leitor. Ele conhece, então fica fácil. Eu ainda não identifiquei o meu. Acho que eu escrevo pra mim mesmo, mas gostaria de ter um leitor(a).Quiçá!
Eu não sei...mas esta "paradinha" tá ficado mesmo com cara de diário de mocinha. Tenho que dar um toque de macho nesta merda: Pronto! Já dei uma cusparada no chão, limpei o ouvido com a chave de fenda, as unhas com o facão, enfiei o dedo no nariz e uma mão no saco. Agora só falta traduzir isso tudo em poesia. Mas não adianta, poesia só rima com florzinha.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nada de novo!

Novo, tudo novo! Assim que deve ser feito sempre. "Borboletar". A metamorfose de Kafka às avessas.
Enquanto isso no palácio, o velho rei ...E assim a história continua.
Então, estava eu ouvindo rádio quando toca uma música, possivelmente do Luiz Gonzaga ou Dominguinhos que dizia mais ou menos assim: "É como diz o povo, cavalo velho gosta mesmo é de capim novo".
Logo, eu tenho que entrar pra essa turma e começar a pastar enquanto é tempo.
Aí, vem o outro e diz: "Não importa se ela é coroa, panela velha é que faz comida boa".
O ideal então seria comer capim novo em panela velha? May be!

Passou, como tudo passa! E para que as coisas continuem nada precisa ser feito, tudo acontecerá por acaso. Veja o caso dela, não consigo fazer nada para atraí-la.

Aí, eu abro os meus favoritos da internet e dou de cara com uma página de provérbios. Selecionei alguns:
1. O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.
2. O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior.
3. Vindo a perversidade, vem também o desprezo; e, com a ignomínia, a vergonha.
4. Águas profundas são as palavras da boca do homem, e a fonte da sabedoria, ribeiros transbordantes.
5. Não é bom ser parcial com o perverso, para torcer o direito contra os justos.
6. Os lábios do insensato entram na contenda, e por açoites brada a sua boca.
7. A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus lábios, um laço para a sua alma.
8. As palavras do maldizente são doces bocados que descem para o mais interior do ventre.
9. Quem é negligente na sua obra já é irmão do desperdiçador.
10. Torre forte é o nome do SENHOR, à qual o justo se acolhe e está seguro.
11. Os bens do rico lhe são cidade forte e, segundo imagina, uma alta muralha.
12. Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade.
13. Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.
14. O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?
15. O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber.
16. O presente que o homem faz alarga-lhe o caminho e leva-o perante os grandes.
17. O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina.
18. Pelo lançar da sorte, cessam os pleitos, e se decide a causa entre os poderosos.
19. O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos de um castelo.
20. Do fruto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz.
21. A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.
22. O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR.
23. O pobre fala com súplicas, porém o rico responde com durezas.
24. O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão.
E por aí vai...
Depois volto. Volto sem ter muito o que dizer dessa vez, uma vez que eu devo estar bem.
Estou escutando uma conversa de fundo que não corresponde muito bem com a realidae: Estão falando sobre a falência de um serviço de apoio como se a culpa fosse dos prestadores e não dos gestores.
...Nada de novo neste novo texto. Não existe novidade alguma que possa ser comentado aqui.
Com o passar do tempo, com o acúmulo de experiência, resta pouca coisa para ser descoberto, patati, patatá... E coisa e tal...

sábado, 20 de março de 2010

A Tal Merba

Complicado isso!
Não dá para enteder como determinadas pessoas agem de forma tão violenta quando querem alguma coisa em troca.
Poderiam cativar em vez de "forçar a barra" para conseguirem.
Generosidade? Pode ser que falte um pouco!
Mas como nem todo mundo é perfeito, temos que ser fortes o suficiente para suportar todas essas coisas.
Não vou narrar aqui nenhum caso porque é muito difícil tipificar. Mas é algo como uma cadeia trófica, ou, como diz o ditado: "É cobra engolindo cobra".
Merda foi o nome que eu dei para este texto, porque merda é a coisa mais descartável e insignificante que existe.
É pra lá que se mandam as pessoas. Poderia existir um carimbo "vai pra merda" ou "vai à merda", tanto faz! Merda é merda. Mas chega de falar de(ssa) merda - falar de merda é fácil - e vai procurar algo mais útil pra fazer. Fui!

Voltei porque não consigo parar de escrever. Escrever é tudo. É manisfestação do pensamento de forma suave e discreta. E o que é melhor, introspectiva.
Não xingue! Dizia a velha senhora. Mas como não xingar? Já chamei de merda este texto! Qual seria o antônimo de 'merda'? Ai Jesus!?
Seja virtuoso. Talvez seja um bom caminho para se chegar...(me desconcentrei).
Agora que a poeira baixou, já posso pensar de maneira mais sistemática dos projetos (pessoais) vindouros...Longa pausa!

Voltei. Não sei se a poeira baixou de fato, mas acho que essa idéia de escrever funciona direitinho. É como correr. Relaxa.
Tá quase na hora de mudar o título deste texto, uma vez que a vontade mandar ou ir pra m está passando. O chato é que a vontade de escrever parece que vai junto.
Nessas horas bate uma "vergonhinhazinha" ao saber que alguém, seja lá quem for, venha ler isso tudo. Mas agora, "já era". "Sacou do punhal tem que sangrar". Fui!!! Mas volto!

SEM CONEXÃO

Quero dizer que estou começando de novo a escrever um montão de coisas que não tem nada a ver com o que já foi escrito acima. Nada de pensar muito, procurando ser mais intelectual e deixar as palavras fluirem livremente sem preocupação com possíveis erros ou tropeços gramaticais. Tipo metralhadora giratória, como diz o outro. Ou mesmo "falar pelos cotovelos". Loucura! Como falar pelos cotovelos? Mas ja ouvi falar em "falar pelos cutuvelos". Tá vendo, escrevi "cutuvelos".
Daí perguntei na internet: Como surgiu a expressão “falar pelos cotovelos”? E a resposta foi: Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta - A frase, que significa “falar demais”, surgiu do costume que as pessoas muito
falantes têm de tocar o interlocutor no cotovelo a fim de chamar mais a atenção. O folclorista brasileiro Câmara Cascudo fazia referência às mulheres do sertão nordestino, que à noite, na cama com os maridos, tocavam-nos para pedir reconciliação depois de alguma briga.
Hoje surgiu mas um problema que me incomoda muito, não só a mim como a todos que trabalham aqui: Espaço físico.
O governo criou uma lei (REUNE) que obriga as universidades a aumentarem o número de vagas, carga horária, etc. e, certamente, liberou recursos para investimentos em infraestrutura. O que se observa é um "inchaço" que causa desconforto a todos provocando uma queda de rendimento e consequentemente a qualidade dos serviços. Problemas de gestão? Possivelmente, e que tem a ver com a própria estrutura arcaica do Serviço Público. De certa forma, minha postura diante do ocorrido hoje, foi um pouco grotesca mas inevitável. Como conciliar? É hora dos mais velhos refletirem e repensarem o modelo existente para que os mais jovens ajam logo. Não temos tempo a perder.

[SHIFT]

Experiência profissional X Formação Acadêmica.
Uma outra questão difícil de conciliar é a distribuição dos recursos humanos quanto a experiência e formação. Ela é extremada. Em alguns setores só tem "analfabeto" e em outros, "doutores". Os primeiros são profissionais com pouca formação acadêmica e que entraram no mercado de trabalho ainda muito jovens e adquiriram experiência no exercício.
Já os de "notório saber" passam boa parte da vida em busca do conhecimento teórico e somente iniciam alguma atividade "prática" no final de sua formação (já não tão jovens assim).

[SHIFT]

Outra questão muito comentada mas ainda pouco compreendida é a fragmentação que ocorrre na universidade.
Segundo o Prof. Pablo Benetti, em entervista ao Jornal da UFRJ, diz que: ..."Passei a conviver com inúmeros universos da UFRJ. Há variados campos do saber e, muitos, de excelência. A nossa universidade contribui diretamente para o desenvolvimento nacional e existem vários projetos em interface com a sociedade. Essa dimensão é
gratificante e, ao mesmo tempo, motivo de orgulho para os membros dessa universidade. Entretanto, esse panorama não tem visibilidade por conta de nossa maldita fragmentação. Tenho a convicção de que é possível caminhar rumo a uma verdadeira transformação dessa universidade com a superação da fragmentação".
Obs: Isso tudo não passa de uma separação (apartheid) entre os poderosos phd's - que formam grupinhos - e os demais segregados.

[SHIFT]

"Ele voltou, o boêmio voltou novamente". Então, "mãos à obra" FDP. Queres dá uma de gostosão, então dá. Eu como não gosto de puxa-saco, vou ficar na minha.
Hoje, felizmente, não preciso mais gastar adrenalina à toa. Nesse caso, é melhor ficar na retaguarda.
É difícil conviver com uma situação dessa onde o labor é prejudicado por sentimentos, digamos, "negativos".

[SHIFT]

Merba? Porque merba? O nome é merda mesmo. Disfarçar porque se ontem o Presidente falou de merda á bessa. Por falar em bessa, vou copiar uma paradinha aqui que minha irmã enviou por e-mail:

De Paulo Leminski para:

Heyrton

ontem tive a impressão
que deus quis falar comigo
não lhe dei ouvidos
quem sou eu para falar com deus?
ele que cuide dos seus assuntos
eu cuido dos meus

Gugu

Não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino


João

Passa e volta
a cada gole
uma revolta

Daniel

Acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido

Gery

Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam pobres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare
à bosta da pessoa amada.

Dodora

Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.


Babá

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas

Lucinha (Respeita)

alvorada
alvoroço
troco minha alma
por um almoço

Marta

Eu hoje acordei mais cedo
e, azul, tive uma idéia clara
Só existe um segredo:
Tudo está na cara


Eduardo (Bessa Filho)

rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?
_________________________________________________________________

Coisa poética mesmo! Ou melhor, de poeta.

[SHIFT]

Enviada por e-mail:
De: Marelisa
Para: Galera da familia
Assunto: Utopia
Parte(s): Receita utópica de Manoel de Oliveira para mudar o mundo....doc

Otimismo aos 101 anos de idade...


MANOEL DE OLIVEIRA RECEBE ORDEM DO MÉRITO CULTURA E DEIXA CONTRIBUIÇÃO UTÓPICA PARA O PRESIDENTE LULA

Manoel de Oliveira recebe a Ordem do Mérito Cultural do governo brasileiro
Na cerimônia de entrega das medalhas da Ordem do Mérito Cultural, dia 25 de novembro, no Rio de Janeiro, o cineasta

português Manoel de Oliveira (101 anos em 16 de dezembro de 2009), um dos homenageados, deixou um manuscrito com o

seu pensamento utópico como contribuição ao governo do presidente Lula. O cineasta também discutiu com o ministro

da Cultura Juca Ferreira e Alfredo Manevi, secretário de Políticas Culturais, a possibilidade de rodar um filme no

Brasil em 2010, inspirado em um conto de Machado de Assis. O Jornal da Mostra teve acesso exclusivo ao texto

entregue por Manoel de Oliveira ao presidente Lula, e o revela a seguir. Com o título “Jogo tão real como utópico,

mas imaginável para filmar”, o cineasta propõe, entre outras coisas, a abolição do dinheiro para salvar a economia

em crise e as relações humanas:

´´ Este Jogo de uma realidade Utópica foi um dos meus inesperados achados, ocorrido como possível e imediata

solução radical à atual crise econômica e seu reflexo mundial, ainda que aparentemente não realizável por parecer

utopia, pois como afirmava Einstein: é mais fácil desintegrar um átomo do que mudar uma mentalidade.

Teimo, porém, em transpor por escrito esta minha idéia, ainda que de aparência utópica, no preciso momento em que a

atual crise assola o mundo.
Alguém me perguntará:

a)– E qual a base dessa ideia, para salvar esta situação de crise? (Ao que responderei):
b)– A crise começou com a falência do primeiro banco nos EUA, e logo outros se lhe sucederam, com um refluxo

financeiro mundial. A aplicação concreta deste pensamento teria por base a eliminação total do dinheiro, pois é

nele que se consubstancia todo o mal. Eis uma tarefa, afigura-se-me, fácil, rápida e eficaz.

a)- Como eficaz?, se no dinheiro reside todo o poder de compra?
b)- Exatamente por isso. Acabaria a ideia de compra e venda e, em contrapartida, cada um manteria seu habitual

lugar de trabalho, sendo o trabalho a garantia ao direito a todas as aquisições que fossem necessárias a cada um.

a)- E cada um podia ter tudo quanto quisesse?
b)- Claro. Tudo o que lhe fosse necessário e igual para todos. Até porque assim se anularia por completo a pobreza.

a)– E o que se faria do dinheiro e das diferentes moedas que são inúmeras?
b)– Em primeiro lugar, o dinheiro apenas representa trabalho. Dinheiro é trabalho. E trabalho, sim, será sempre

indispensável a este ou qualquer outro processo. Assim como a Europa reduziu suas diferentes moedas ao Euro, assim

seriam eliminados os Euros e todas as demais moedas, pois que o dinheiro, repito, não representa senão, e só, o

esforço do nosso trabalho. O dinheiro, quer em metal ou papel, seria totalmente reciclado. E, ao contrário do

adágio, diríamos: nada perdeste e muito ganhaste.

a) – E como proceder sem dinheiro, por exemplo, no caso de alguém querer comprar uma quinta... ou vendê-la por já

não poder tratar mais dela?
b) – Muito simplesmente cedendo-a a quem estivesse interessado nela, tal como se fosse oferecida, mudando-se apenas

o registro para o nome do novo proprietário.

a) – Quer disser então que a propriedade persistiria?
b) – Naturalmente. No novo sistema continuaria em tudo exatamente como o atual, tintim por tintim, segundo a ordem

do antigo sistema, mantendo-se a posse de bens e os diferentes tipos de postos de trabalho. Só acabava o sistema

financeiro. Mas continuariam cedências, aquisições e trocas, e sempre que se oferecessem tais casos seriam feitos

em mútua e plena concordância, sem qualquer ajuste de valores.

a) – E tudo isso porquê?
b) – Ora porquê! Antes de mais, para dar conserto imediato à atual crise financeira e ao nosso tipo de vivência,

eliminar a pobreza e roubos, pois todo o indispensável para cada um viver estaria sempre disponível para todos e

por igual.

a) – Para todos?
b) – Claro, para todos! Fossem os do mundo governamental, judicial, educacional, cultural, industrial, comercial,

médico, hospitalar ou farmacêutico etc, etc... Quer para funcionários, operários, como para dirigentes ou

dirigidos, enfim aos servidos com aos servidores, todos beneficiariam dos serviços comuns que estariam abertos como

habitualmente o estão no sistema atual.

a) – Quer dizer que ninguém precisava trabalhar?
b) – Ah!, isso é que não! Muito pelo contrário, ninguém abandonaria o seu posto de trabalho. O trabalho seria

justamente a mola real de todo este novo sistema. Ele seria o fundamento indispensável combater a fome e o frio. Se

o trabalho não existisse, isso sim, seria a pior das crises, como acontece hoje às pessoas que são vítimas desses

flagelos e que, numa grande parte, se encontram desempregados. O trabalho de cada um seria a garantia deste novo

sistema, justificando o direito à obtenção livre do que fosse necessário. O bilhete de identidade constituiria a

garantia de seu posto de trabalho, a posse dos seus haveres e de tudo mais que necessitasse.

a) – E não haveria quem fugisse ao seu posto de trabalho e continuasse a beneficiar das regalias oferecidas?
b) – Todo aquele que fugisse ao seu trabalho, isto é, à função do seu afazer, não importava quem nem qual, sofreria

a justa punição. Para isso lá estaria a justiça e a governação.

a) – E como se controlaria isso tudo?
b) – Ora aí está. Não como foram controlados os bancos antes da crise; mas, eliminando o dinheiro, logicamente

desapareceriam os bancos.

a) - E o que fariam, então, os seus dirigentes e funcionários?
b) – Dirigentes e funcionários, de qualquer tipo de instituições financeiras, passariam a ser complementares à

distribuição e à organização de todos os trabalhos, dos empregados, e da sua fiscalização dos trabalhos de todos e

de cada um em particular, dando dignidade por igual ao seu trabalho de cada um, fosse ele qual fosse. E assim nunca

haveria o risco do desemprego. Tudo o mais continuaria à semelhança do atual viver, em todas as profissões com

total igualdade entre as obrigações e regalias do novo sistema, distinções qualificativas na qualidade dos

trabalhos de cada um, quer no dos dirigentes ou dirigidos, no campo político, comercial e industrial, nas artes ou

qualquer outro ramo de trabalho.

a) – Mas tudo isso se me afigura um tanto utópico?
b) – O que na verdade mais me perturba é essa sempre tão pronta descrença na possibilidade desta real proposta,

assim tão prontamente suposta utópica. O que realmente se me afigura utópico seria chegar a um universal acordo de

vontades. E isto sim, é que realmente se torna utópico. Cada cabeça cada sentença. Mas se fosse possível levar esta

idéia à prática, todos viveríamos equilibradamente, e não haveria falências, nem desempregados, nem pobres, nem

assaltos, nem roubos, por de todos inúteis. E até já ninguém pensaria mais nessa coisa que contraria o amor ao

próximo, que é esse velho frenesi do poder que, aliás, o próprio sistema econômico em muito proporciona; ou essa

outra ânsia, a da posse de bombas atômicas. Eis a última ameaça nascida daquilo a que nós chamamos de Civilização.

Vem a propósito, um curiosa reflexão do meu bom amigo Bernard Despomadères. Contava-me ele como através dos tempos

se foi aligeirando o processo de compras que nos primórdios se processava trocando animais, produtos ou objetos.

Bernard explicou-me, como através dos tempos, se foi simplificando e agileirando esse processo de trocas através da

invenção do dinheiro, que começara a ser representado por moedas grossas muito pesadas em diferentes metais; mais

tarde, essas moedas foram agileiradas e substituídas por notas de papel, simplificando-se mais ainda com a

introdução de livros de cheque; e surgiram depois os cartões de crédito, sendo agora até é possível transacionar

através da Internet. Repara-se agora como com a minha dita utópica proposição se chagaria à total simplificação nas

transações que passariam a ser efetuadas unicamente pela troca do trabalho de cada um. Pois que dinheiro não

representa senão trabalho. Nesse novo sistema, o trabalho não seria tido como uma maldição porque adquiriria, como

se disse, uma significativa dignidade.

A obrigatoriedade do trabalho seria como um prêmio fundamental para cada um se ocupar da sua função social e ganhar

o direito à sua subsistência, tal como por igual acontece com os animais selvagens que dia após dia ocupam todo seu

tempo à procura do alimento, como nos confirma a sábia lei – ganharás o pão de cada dia com suor do teu rosto. E

não há outro modo, mesmo para o dotado Brasil tão rico em quantidade e na qualidade de variadíssimos e deliciosos

frutos``

Manoel de Oliveira


Galeria de Fotos

Fernanda Montenegro com Manoel de Oliveira na cerimônia da Ordem do Mérito
Cultural no Rio de Janeiro

O ministro da Cultura Juca Ferreira, o ator Ricardo Trepa e o cineasta Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira autografa o seu livro (editado pela Mostra e a Cosac Naify) para o
presidente Lula e o ministro da Cultura Juca Ferreira
Jornal da mostra

• Nº 700
• 33ª Mostra > 30/11/2009
Edição:
Renata de Almeida e Leon Cakoff

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[SHIFT]


Uma reflexão sobre a resignação.

Resignados ficamos sempre que sofremos uma perda irrecuperavél como a morte de uma pessoa querida?

No dicionário do Aurélio:

resignação
[De resignar + -ção.]
Substantivo feminino.
1.Ato ou efeito de resignar(-se).
2.Renúncia espontânea de uma graça ou de um cargo.
3.Submissão paciente aos sofrimentos da vida.

resignante
[De resignar + -nte.]
Adjetivo de dois gêneros.
Substantivo de dois gêneros.
1.Que ou quem resignou, por merecimento ou por força das circunstâncias, aquilo a que tem direito.
2.Resignatário.

resignar
[Do lat. resignare, ‘tirar o selo’; ‘renunciar’, ‘resignar’.]
Verbo transitivo direto.
1.Demitir-se de; renunciar:
Nixon terminou resignando a presidência de seu país.
Verbo pronominal.
2.Ter resignação; conformar-se:
Levou anos para resignar-se com a trágica morte do filho;
“Não julgueis, porém, que me revolto — resigno-me e bendigo todos os sofrimentos, que são a expiação de antigas

culpas.” (Coelho Neto, Turbilhão, p. 163); “A mediocridade do governo brasileiro era louvada com furor pela mídia,

pelo empresariado, pela opinião pública mundial, que via o Brasil resignar-se a ser o que sempre devia ser, um país

de bananas na cabeça de Cármen Miranda e na pauta de nossas exportações.” (Carlos Heitor Cony, em Folha de S.

Paulo, 12.1.1999). [Pret. imperf. ind.: resignava, .... resignáveis, resignavam. Cf. resignáveis, pl. de

resignável.]

[SHIFT]

Definitivamente as coisas não estão indo bem comigo. Preciso descobrir rapidamente o que está acontecendo. Será que

é falta do que fazer? Provavelmente.
Ontem, último dia das minhas férias, parecia que estava tudo bem. O humor estava ótimo.
Hoje, de volta ao trabalho, as coisas mudaram. Bateu um vasio, uma falta de entusiasmo para fazer qualquer coisa,

quando de repente, veio a vontade de escrever qualquer bobagem e assim vou indo. Indo pra onde? Pra qualquer lugar?

Sim, para qualquer lugar que a mente aponte e o teclado aceite.
Nisso, já se passaram alguns minutos e a ansiedade louca pulsa em busca de alguma satisfação.
Lá fora, um dia quente e claro de verão, ora atrai ora retrai a alegria de "curtir" a estação mais "quente" e

atrativa aqui no Rio.
Pronto, o encanto acabou. Agora, nem mais as palavras que escrevo estão me dando satisfação.
É a vida! A medida que passa encurta. Não dá mais pra se fazer como antes. É o 'momentum' espaçoXtempo, (lençol

curto mesmo).
Bem, agora que não dá mais pra se fazer nada mesmo, é melhor esperar para ver o que vai acontecer. Por exemplo: Vou

pra casa procurar o que fazer. Té amanhã.(Escrito em 3 de Fevereiro de 2010).

[SHIFT]

Merba de hoje: O Outro, ou melhor, a Outra.(04/02/2010)
Porquê será que ela me olha desse jeito? Porque sim, ora bolas! Ela não me olha, ela me devora e o babaca aqui não

percebe.
Tenho que parar com essa bobagem de me isolar e procurar me interagir mais com as pessoas. Não tá dando mais para

segurar a barra sosinho e superar o trauma de que as pessoas são uma ameaça e que só querem usar e abusar da tua

boa vontade.
Deixa pra lá, não precisa mais se preocupar com essas coisas. Vou fazer exatamente como o filho do Padre falou e

que o Milton cantou: "Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar".
Desencargo, lavagem cerebral, descarrego, desencosto, alguma coisa desse tipo eu devo estar precisando; na medida,

sem exagero. Nem mitigação ou radicalisação.
É muito pouco para um cidadão médio como eu escrever tão pouco tendo tanto o que dizer, mas só vontade não basta.
Agora que o tempo passou - escrever só serve como passa-tempo - vou continuar escrevendo, o que parece estranho. Na

verdade eu ia procurar outra coisa pra fazer mas o "nervosismo" voltou e eu tenho que correr para escrever alguma

coisa para evitar o estresse, embora correr, literalmente, seja até melhor. É isso que eu vou fazer logo mais.

Correr na praia não serve como passa-tempo porque passa rápido mas é bem melhor pro estresse.

[SHIFT]

Mesmo não querendo, tive que voltar até aqui para poder explicar o que está acontecendo com todos as pessoas em

volta. Com rara exceção, uma pessoa se destaca por sua clara capacidade de provocar confusão mental na gente. É

como se fosse um tipo de escrisofenia mas com grande poder de transformação, digo, pertubação mesmo.
Eu não sou nenhum especialista mas ja observei pelo menos duas pessoas com quem convivo que apreseneta

caracteristicas muito peculiares. São de níveis intelectuais diferentes, digamos assim, mas que no meu ponto de

vista não influencia no seu comportamento escrisofênico. Então, pobre ou rico, burro ou sabido quando estão com a

"macaca" ninguem segura (aguenta). Por exemplo: Esse tipo de pessoa costuma ter grande poder de sugestionamento

como me tirar do computador no momento em que eu estou mais envolvido prazerosamente na minha dissertação. Tudo

porcausa de dar uma carona.

[SHIFT]

Dia seguinte, muita agitação, pouca disposição, mas mesmo assim consegui realizar um pequeno serviço que me deu um

certo alívio no trabalho. Gostaria de realisar muito mais, mas as condições de trabalho não são muito boas e isso

me deixa muito frustrado. Eu tenho uma certa dificuldade de lhe dar com pessoas pouco profissionais e aqui o único

profissional sou eu. O resto faz tudo na cabeçada. Por exemplo: A faxineira cisma de fazer faxina na hora em que eu

estou mais ocupado e acaba por me tirar toda a concentração. Isso para não falar dos doutores.
Não ter "papas na língua" é muito complicado porque vc. acaba falando demais e machucando as pessoas e a si mesmo.
Agora, como eu não tenho mais aquela vitalidade de outrora, fica difícil mudar o comportamento e me adaptar aos

"tempos modernos". O problema é ser diferente e não ter pares para compartilhar.
Este texto está ficando tão fragmentado que já não dá para entender mais nada.
Problema de infra-estrutura: Cabeçada dá nisso, ninguém pensa na possibilidade de faltar alguma coisa na hora em

que se quer realisar alguma coisa. Pensa-se no objetivo mas se esquece do básico. Água é básico? É, então,

verificar se tem água antes ou vc. vai querer contruir uma hidrelética no deserto de Saara? Chega! Vou embora.

[SHIFT]

Tive que mudar de texto porque o contexto agora é outro.
Aqui é pés no chão. O pessoal está ouriçado em busca de resultados experimentais consistentes para justificar o

investimento feito até agora em equipamentos etc.
Se Kirchoff estivesse entre "noises" ele resolveria isso tudo rapidinho com sua teoria dos nós e das malhas, creio

eu.
Agora, para falar a verdade, nada faz sentido. Tudo se desmorona (lembrei Epicuro novamente).
E assim vai. Escrevo um pouquinho aqui, um pouquinho ali...E de shift em shift vou levando.

[SHIFT]

E assim vai...Mudou tudo, nada é mais como era antes porque as circunstâncias são outras bem diferentes e exige uma

reflexão impossível de ser prazerosa mas que é importante para uma analise futura, ou seja uma autocritica, auto

análise ou seja lá o que for, desde que seja auto.

[SHIFT]

Problemas de Aterramento.
Aterramento ou enterramento não faz muita deferença. O coveiro resolve as duas com facilidade. Para o aterramento

ele vai precisar de trinta ohms e para enterrar trinta homens ele faz sozinho. (Não gostei do trocadilho, mas já

que tá, fica).
Para que essa "paradinha" não fique parecido com diário de mocinha, tenho que enfiar o dedo no nariz, coçar o saco

e cuspir pro lado.
_E aí mermão? O que é que tá pegando? Aterramento é comigo mesmo, morou! Sabe o que aconteceu? O coveiro foi lá e

mandou ver: Pegou o suspeito cabo de aterramento e créu, enfiou o tal na fase. Pronto, estava feito o teste.

Acidentalmente, mas eficiente.
O problema esta resolvido provavelmente com outro referencial o que pode ter que ajustar os equipamentos.
_Agora esse filho da puta metido a besta querer vim pagar pra mim é um abuso, disse o covoveiro. Se ele não

acredita em mim que vá se fuder e arrume outro coveiro para enterrar no rabo dele.
_Agora, se isso prejudicou o trabalho de alguém, que não me pedissem um tratamento urgente e radical. Até certo

ponto, o cara tem razão não se deve trabalhar com leigos.
O doutor(zinho), que se diz meu amigo, está querendo me culpar pela perda das medidas. Isso ocorre porque eles se

perdem e não sabem mas o que fazer e procuram um culpado. A culpa é do coveiro.

Vou ter que rever o parágrafo acima porque acho que joguei pesado da última vez. É o ambiente, como já disse antes,

influencia muito na hora de escrever. Lembrei que Paulo Coelho, aquele escritor, dizia que o ato de escrever é um

ato solitário. Pode ser, mas eu prefiro escrever na hora do sufoco. Quando estou solitário - a maior parte do tempo

- não consigo escrever. Basta a pressão urbana (homens e máquinas) para eu disparar escrevendo. Quando eu levo a

"merba" pra casa na intenção de continuar escrevendo, tudo muda, minha cabeça é outra. Então, daqui pra frente vou

observar melhor essa diferença.
Não é xenofobia não, mas porque precisamos buscar estrangeiros? Deve ser aquela velha história: "Santo de casa não

faz milagre". Mas ainda acho que deveriamos descobrir entre nós mesmos nossos talentos.

Sem [SHIFT]. Da minha oca.
Tentarei uma narrativa observando o ambiente em volta: "O sol entra pela janela e belisca minha bunda branca, que

eu sentado, nú, sem piscar, escrevo essa bosta, digo, merda, ou melhor, merba. O pensamento fica a mil depois de

uns 'pauzinhos' (tapinhas) que eu estou experimentando para analisar o espectro da minha consciência.
A sensação é de total liberdade, onde tudo é permitido.