sábado, 20 de dezembro de 2008

web loged on

Antigamente, quando vc. entrava na internet, determinados sites, pediam para vc. se logar, ou seja, criava-se um user name para entrar. Dizia-se então que fulano estava web loged (logon/logoff}.
Será que a palavra blog tão usada hoje derivou de weB LOGed on, ou weB LOGon, ou weB LOG e finalmente, BLOG?
Acho que sim!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

CÂMARA FRANKENSTEIN

Não sei mais o que fazer para evitar que as coisas virem monstrengos.
Toda vez que alguém resolve 'bolar' alguma coisa, 'embola'. Fica tudo remendado.
Hoje em dia, com tanta tecnólogia, fica tão fácil fazer as coisas com precisão! Podemos projetar, calcular tudo direitiho, simular, etc. Aí sim, podemos contruir um protótipo com grande probabilidade de funcionar tal qual foi imaginado. Mas não, sai tudo no 'tapa' mesmo.
Resultado: Perde-se tempo > recursos e sobra um Frank pra cuidar.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Hoje, grande encontro inelástico da matéria...

Assim vão pensar que o cara aqui é ignorante no assunto. Sou leigo, mas vou consertar o título.
O que estava escrito era: IV Encontro de Colisões Inelásticas com a Matéria. (Ou coisa parecida).
Pouco importa, eu ainda prefiro os 'encontros elásticos'. São mais sensuais.
Física boa é essa quando eu estou grudado nela, sem colisão, espalhamento ou fragmentação.
Por falar em colisão, depois de amanhã tem mais colisão com a matéria e dessa vez será explicado o significado do 'M' de molecular (ou de meleca, dá no mesmo).
Sujou!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

No plero: O filho do clero, o filho do milico e o fdp

Tentarei, em breve, descrever o comportamento de três figuras marcantes do cotidiano de uma "organização". São filhotes de três "regimes": Igreja Católica, Ditadura Militar e os FDP´s.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Resposta à Helena

À Helena de Curitiba:

Querida Helena.

Ainda hoje lembrei de vc. Foi como se o tempo não tivesse passado. Nos conhecemos pela Internet num site de relacionamento que dava um percentual de garantia de compatibilidade impressionante, quase cem por cento. E nos entramos nessa. Acreditamos até ficarmos cara a cara. Deu no que deu!

Sinto muito mas tem um chato que não me deixa escrever. Vou ter que parar mas depois eu volto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

La fille de Mme GiGi

Ela está de volta mas não é mais a mesma. Mme GiGi transformou-a em um ser incompreensível...?
Nem tanto! Nem tanto! São meus olhos que não sabem ver.
Tenho que mudar meu olhar e observa-la melhor, para poder enxergar que ela está pronta. Pra mim, claro!
Mas, é sempre assim, ano após ano, vem uma, vem outra... E aquele projetão não sai.
Enquanto isso, vou ficando com minha caboquinha mesmo, simples, zinha como ela é: Breguinha! Breguinha! Mas e daí?
Também não posso dizer que ela é minha! Posso. Naquele momento, posso. Naquele curto momento ela é eternamente minha.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Escafederam-se!

Sumiram todos! Tudo não passa de fingimento.
_Covardes! Não tem como segurar? Gritou um deles.
Pelo que eu entendi da confusão que rolou ainda pouco por aqui, é que ninguém quer assumir nada a não ser que haja uma compensação financeira que valha a pena.
De minha parte, fico torcendo para que eles se entendam e que façam alguma coisa de útil.
Mas porque lembrar desse assunto agora se sempre foi assim?
Deixa pra lá, é melhor não se meter com determinadas pessoas.
Como dizia (disse) o velho Mestre, ou melhor, o mestre Velho: "Vai procurar o que fazer em outro lugar, aqui já tem especialista demais".
Eu ainda não fui. Não encontrei ainda o que fazer que me dê a tal "compensação financeira" que todos buscam, mas vou continuar procurando.
No mais, tô indo...

Escafederam-se!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Titanium Sublimator Pumps - Tabajara

Capacities are available up to many thousands of cu ft per minute, operating in the pressure range of 10-3 to below 10-11 torr. The full speed of the pump, which only pumps chemically reactive gases, is developed at pressures below 10-5 torr. In this type of pump, titanium is sublimed onto the pump walls from either a resistance or an electron-beam heated source. Active gases are pumped by chemical combination, but inert gases are not pumped. As a consequence, it must always be used in conjunction with a diffusion or sputter ion pump. At pressures below 10-5 torr the film will be deposited faster than it is being consumed, allowing deposition to be carried out at intervals rather than on a continuous basis. Sublimation pumps are generally used in conjunction with a sputter ion pump in applications where a high speed is required and freedom from organic contamination is essential, as in the evaporation of materials onto a clean surface.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mais coisas inequívocas sobre índios

*CINCO IDÉIAS EQUIVOCADAS SOBRE OS ÍNDIOS ****
José Ribamar Bessa Freire
*Introdução*
Gostaria de iniciar a minha fala informando vocês sobre o lugar deonde estou falando. Sou ex-professor da Universidade do Amazonas, ondetrabalhei de 1977 a 1986, inicialmente no curso de Comunicação Social edepois no curso de História, onde lecionei as disciplinas Etnohistória eHistória do Amazonas. Fui fundador e primeiro editor do *Porantim*, jornaldo CIMI - Conselho Indigenista Missionário, dedicado à causa indígena.Atualmente, sou professor da UERJ - Universidade do Estado do Rio deJaneiro, onde coordeno desde 1992 o Programa de Estudos dos Povos Indígenas.Na palestra de hoje, vou falar um pouquinho sobre o meu trabalho e, depois,penso refletir com vocês sobre cinco idéias equivocadas que muita gente noBrasil ainda tem quando se refere aos índios. É importante discutir essas idéias equivocadas, porque com elas não épossível entender o Brasil atual. Se nós não tivermos um conhecimentocorreto sobre a história indígena, sobre o que aconteceu na relação com osíndios, não poderemos explicar o Brasil contemporâneo. As sociedadesindígenas constituem um indicador extremamente sensível da natureza dasociedade que com elas interage. A sociedade brasileira se desnuda e serevela no relacionamento com os povos indígenas. É ai que o Brasil mostra asua cara. Nesse sentido, tentar compreender as sociedades indígenas não éapenas procurar conhecer "o outro", "o diferente", mas implica conduzir asindagações e reflexões sobre a própria sociedade em que vivemos. No entanto, constatamos que muito pouco foi feito para conhecermos ahistória indígena. A produção de conhecimentos nesta área não condiz com aimportância do tema. As pesquisas são de uma pobreza franciscana. Oresultado disso é a deformação da imagem do índio na escola, nos jornais, natelevisão, enfim na sociedade brasileira. Por que nós não temos históriaindígena? Por que os próprios cursos universitários de História não têm adisciplina história indígena nos seus currículos? Durante muito tempo, aacademia justificou a ausência de pesquisas, alegando que não existemdocumentos escritos relacionados à história indígena. A USP tentou verificarse isso era verdade e, em 1991, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunhaelaborou um projeto de âmbito nacional, dirigido pelo historiador JohnMonteiro. Coordenei este projeto no Rio de Janeiro, trabalhando com umaequipe de 12 pesquisadores. Nós passamos dois anos e meio vasculhando 25grandes arquivos do Rio de Janeiro, procurando manuscritos sobre a históriaindígena. O Rio de Janeiro, como antiga capital, tem arquivos cujos acervos nãose limitam ao local, ao regional, mas cobrem todo o Brasil. O Arquivo *Nacional*, por exemplo, com essa denominação, dá uma idéia de suaabrangência. A Biblioteca também é *Nacional.* O Instituto Geográfico eHistórico é *Brasileiro*, e assim por diante. No Rio estão os arquivos doItamaraty, do Ministério do Exército, da Marinha, arquivos religiosos como odo Mosteiro de São Bento ou o dos Capuchinhos, registrando informaçõessobre os índios em todo o país. Num trabalho paciente, a equipe encontroumilhares de documentos sobre índios. A USP publicou um livro com o resultadogeral da situação dos arquivos nas capitais brasileiras. A UERJ publicououtro livro *Os Índios em Arquivos do Rio de Janeiro,* em dois tomos queestão aqui, em minhas mãos. Estamos doando este exemplar para a bibliotecado CENESCH. Se houver interesse, podemos conversar mais sobre isso na horado debate. É um trabalho que serve de guia para os pesquisadores, porquediz para eles onde estão os documentos. Ele tem sido consultado por muitosestudiosos de universidades americanas, européias e brasileiras, entre osquais alguns professores da Universidade do Amazonas, como Luis Balkar SáPeixoto Pinheiro, que defendeu em São Paulo tese de doutorado sobre acabanagem, um importante movimento de resistência do século XIX e FranciscoJorge dos Santos, cuja tese de mestrado é sobre as guerras e rebeliõesindígenas na Amazônia do século XIX. Quando fizemos essa pesquisa, encontramos documentos sobre índios emtodo o território nacional, desde 1500 até os dias de hoje, mas o que nosinteressava mais de perto era o Rio de Janeiro. Descobrimos que no estado doRio de Janeiro, até o início do século XX, existiam ainda grupos resistindo.No noroeste fluminense, na serra das Frecheiras, em 1830-40, índios Puri,Coroado e Coropó estavam nas mesmas condições que os Yanomami há 40 anos:sem maiores contatos com a sociedade regional. Então, localizamos no mapado Rio de Janeiro, no século passado, 15 aldeias. E aí procuramos saber comoe porquê esses índios foram varridos do mapa, o que afinal tinha acontecidocom eles. Pensamos o seguinte: ora, se ainda no século passado existiam 15aldeias indígenas, então é provável que hoje ainda pudéssemos encontrardocumentos nas cidades onde essas aldeias estavam situadas. Com esta probabilidade, organizamos outro projeto de pesquisa. Formamosuma equipe com alunos da UERJ, percorremos quinze cidades do interior do Riode Janeiro, fuçando pequenos arquivos paroquiais, cartoriais e municipais. Eaí fomos gratificados, porque encontramos uma massa expressiva de documentosnos livros de batismo, de casamento e de óbitos, nos processos judiciais ena documentação cartorial. Exploramos parte desse material, analisamos adocumentação e publicamos este livro aqui - *Os Aldeamentos Indígenas do Riode Janeiro* - que é um livro paradidático, destinado aos alunos das escolasde 1º e 2º graus. Também estamos doando este exemplar para a biblioteca doCENESCH. Nos dois últimos anos, meu trabalho consiste em percorrer osmunicípios do Rio, fazendo oficinas com professores de História, que estãousando este livro na sala de aula. Desta forma, com esse trabalho deformiguinha, pretendemos contribuir para mudar a imagem preconceituosa dosíndios que, de uma forma geral, é veiculada pela escola. Mas é necessárioaprofundar a pesquisa. Por último, estou também deixando para a biblioteca do CENESCH umexemplar dos Cadernos de Museologia, editado pela UERJ, com artigo de umantropólogo americano, James Clifford, sobre os museus tribais no Canadá eoutro artigo que escrevi sobre como os índios descobriram o museu aqui noBrasil. Feita essa apresentação, na palestra de hoje queria destacar cincoidéias relacionadas à questão indígena, que não são corretas, mas quecontinuam presentes na cabeça da maioria dos brasileira. Depois, então,abrimos para o debate. *Primeiro equívoco: o índio genérico* A primeira idéia que a maioria dos brasileiros tem sobre os índios é ade que eles constituem um bloco único, com a mesma cultura, compartilhandoas mesmas crenças, a mesma língua. Ora, essa é uma idéia equivocada, quereduz culturas tão diferenciadas a uma entidade supra-étnica. O Tukano, oDesana, o Munduruku, o Waimiri-Atroari deixa de ser Tukano, Desana,Munduruku e Waimiri-Atroari para se transformar no "índio", isto é no "índiogenérico". Hoje vivem no Brasil mais de 200 etnias, falando 188 línguasdiferentes. Cada povo desse tem sua língua, sua religião, sua arte, suaciência, sua dinâmica histórica própria, que são diferentes de um povo paraoutro. Só para dar uma noção para vocês sobre essa enorme diversidade,quando Frei Gaspar Carvajal desceu o rio Amazonas em 1540, encontrou aquipovos que falavam dezenas de línguas diferentes, tão diferentes entre elascomo o português é do alemão. O padre Acuña, um jesuíta que em 1640acompanhou a expedição de descida de Pedro Teixeira, escreve que só no baixoAmazonas existiam pelo menos 150 povos, falando 150 línguas diferentes. Poressa razão, o padre Antônio Vieira denominou o rio Amazonas de rio Babel.Recentemente, um trabalho feito pelo lingüista tcheco Cestmir Loukotka, em1968, sobre a classificação de línguas, mostrou que na Amazônia brasileira,em 1500, eram faladas mais de 700 línguas diferentes. O grau deintercomunicação entre elas é variável. A diferença que pode haver entre alíngua Macuxi e a Ingaricó, ambas do tronco lingüístico Karib, é comparávelà diferença existente entre o português e o espanhol, ou seja, é possívelestabelecer um nível mínimo de comunicação. No entanto, não é o que ocorre,por exemplo, entre a língua Makuxi (Karib) e a Wapixana (Arauak); entrelínguas de troncos diferentes, as diferenças podem ser comparáveis aexistente entre o alemão e o português. Ninguém se entende. A dimensão dessas diferenças lingüísticas pode ser melhor visualizadacom um fato que foi presenciado e filmado por Anete Amâncio, responsávelpelo Serviço de Documentação da Funai em Manaus. Ela conseguiu organizar umarica videoteca, com filmes sobre diferentes grupos indígenas. Um deles é oresultado de uma filmagem feita numa viagem de Boa Vista, em Roraima, paraSanta Helena, na fronteira com a Venezuela. Ela viu na beira da estrada umaíndia. Parou o carro e se aproximou já com a câmera ligada. A índia estavacom uma criança no colo, cantando uma belíssima canção de ninar. Anetefilmou todo o canto, em uma língua que para nós é incompreensível. Quando aíndia terminou de cantar, Anete pediu-lhe, em português, que traduzisse osignificado das palavras. A índia olhou, olhou, olhou silenciosamente para acâmera e depois falou algumas frases na língua dela. Anete insistiu: "asenhora pode dizer o que significa em português?" Parece que ela achou quea Anete estivesse pedindo que cantasse outra música, porque voltou acantar. Quando terminou, a mesma pergunta foi repetida: - O que significa, em português, a letra da canção? A senhora índia não respondeu. Nisso, chega um senhor, um índio, e seapresenta. Era o marido da índia, com quem convivia há 40 anos. Explicouolhando para a câmera que sua mulher não podia responder porque não falavanem entendia o português, era uma índia Wapixana. A criança no colo dela erasua neta. Então, Anete pediu que ele, que falava português, traduzisse aletra da música: - Não posso, eu não entendo a língua dela, o Wapixana. Eu sou Makuxi. - Então pergunte dela o que significa. - Não adianta, ela não fala makuxi. - Então, como é que vocês, que vivem 40 anos juntos, se comunicam? O Wapixana é uma língua do tronco lingüístico Aruak e o Makuxi de umoutro tronco, o Karib. São duas línguas muito diferentes. Quando vi o filme,fiquei pensando que esse podia ser, ironicamente, o segredo de uma uniãomatrimonial duradoura e estável: falar línguas diferentes para não secomunicar. Mas o índio Makuxi informou que o casal se comunicou durantemuito tempo através da mãe daquela criança que estava no colo, a filha deambos, que falava português, wapixana e makuxi. Fiz um exercício de humor,imaginando que quando o casal brigava, a filha devia traduzir outra coisa,para que os seus pais não se ferissem com palavras duras. Suspeito que deveter havido exagero no relato do índio, porque não é possível que em 40 anosde convivência, não tenham encontrado formas mínimas de se compreender. Dequalquer forma, o relato é uma bela metáfora para a situação brasileira: nósprecisamos funcionar como elo de comunicação, como ponte entre as culturastão diferentes que nos pariram, criando um exemplo vivo de diálogo entreculturas, de interculturalidade. Exagerado ou não, o relato nos dá uma idéiadas diferenças culturais, que devem ser reconhecidas e respeitadas. Seexistem línguas tão diferentes, culturas tão diferentes, não é corretocolocá-las todas no mesmo saco. *O segundo equívoco: culturas atrasadas* A segunda idéia equivocada é considerar as culturas indígenas comoatrasadas e primitivas. Os povos indígenas produziram saberes, ciências,arte refinada, literatura, poesia, música, religião. Suas culturas não sãoatrasadas como durante muito tempo pensaram os colonizadores e como aindapensa muita gente ignorante. As línguas indígenas, por exemplo, foram consideradas pelo colonizador,equivocadamente, como línguas "inferiores", "pobres", "atrasadas". Ora, oslingüistas sustentam que qualquer língua é capaz de expressar qualqueridéia, pensamento, sentimento e que, portanto, não existe uma língua melhorque a outra, nem língua inferior ou mais pobre que outra. As pessoas, noentanto, confundem muitas vezes as línguas com os seus falantes. O queexiste são falantes que, na estrutura social, ocupam posições privilegiadasem relação aos falantes de outras línguas, dando a falsa impressão de quesuas línguas são superiores, quando do ponto de vista estritamentelingüístico, não existe língua rica e língua pobre. As religiões indígenas também foram consideradas pelo catolicismoguerreiro, no passado, como um conjunto de superstições, o que é umaestupidez siderúrgica. Basta entrar em contato com as formas de expressãoreligiosa de qualquer grupo indígena, para verificar que essa visão éetnocêntrica e preconceituosa. Desde 1992, tenho realizado visitas àsaldeia dos índios Guarani Mbyá no Rio de Janeiro. São três aldeias, lá naserra da Bocaina: uma no município de Angra dos Reis e duas em Parati. OsGuarani foram considerados por alguns estudiosos como "os teólogos daAmérica", devido à sua profunda religiosidade, que se manifesta em todomomento, no cotidiano, penetrando nas diversas esferas da vida. As própriasatividades econômicas aparecem muitas vezes como simples pretexto para arealização de cerimônias. A colheita de produtos da roça pode ser motivopara rezas e danças rituais. O ciclo econômico anual é, antes de mais nada,um ciclo de vida religiosa, que acompanha as diversas atividades desubsistência. A religião é, assim, um dos mais importantes fatores deidentidade para os Mbyá. Em qualquer aldeia Guarani, a maior construção é sempre a *Opy *- aCasa de Orações. Não possui janelas, apenas duas portas, uma voltada paraoeste, de frente para o pátio central e a outra para leste, na direção domar. O chão é de terra batida e o teto de folha de pindó. O mobiliário éconstituído por alguns bancos, uma rede e uma fogueira. Nas três aldeias doRio de Janeiro, a reza ou *porahêi* é realizada diariamente, todas asnoites, durante os 365 dias do ano, de forma comunitária, contando com aparticipação de quase toda a aldeia. Começa por volta das 19 horas e vai atéa meia-noite, podendo algumas vezes estender-se até a manhã. O cacique tocambaracá e dirige as rezas, acompanhadas de cantos e danças. Não conheçonenhum grupo dentro da população brasileira que reze mais do que os Guarani. Os Guarani Mbyá mantém fidelidade à religião tradicional, resistindoàs investidas de grupos evangélicos e de outras religiões. O cacique VeráMirim, em depoimento ao antropólogo Aldo Littaif, declarou, apontando para aCasa de Orações: "*aqui é pra nossa reza, é pra se lembrar de Deus. Nósrezamos diretos com nosso Deus, Ñanderú; católico já tem santo. Esse é onome de nosso Deus, Ñanderú".* A importância da religião Guarani pode ser avaliada através daspalavras do vice-cacique, Luis Eusébio, que eu gostaria de ler para vocês.Ele disse: *"Se o Mbyá deixar a religião dele, a língua, vai começar abeber, faz baile, tem briga com parente, casa com branco e desaparece anação, morre o índio". * Segundo a antropóloga francesa Hélène Clastres, a religião Guaranisignifica para os índios a sua própria condição de sobrevivência, num mundosuperpovoado pelos brancos, uma vez que é a religião que ensina comoconviver com os outros, ensina a tolerância, a generosidade, a solidariedadee as estratégias de vida. Quanto mais diminuem as diferenças de hábitosentre índios e brancos, ao nível do cotidiano, maior força tem a religião,que passa a ser um fator decisivo de diferenciação étnica. Considerar essas religiões como "atrasadas" é produto, portanto, deextrema ignorância. As ciências indígenas também foram tratadas de forma preconceituosapela sociedade brasileira. Os conhecimentos indígenas foram desprezados eridicularizados, como se fossem a negação da ciência e da objetividade. Paracombater esse equívoco, o Museu Goeldi, em 1992, realizou uma exposiçãosobre a ciência dos Kayapó, mostrando a importância dos saberes indígenaspara a humanidade. Esta exposição documentou o conhecimento sofisticado queos Kayapó produziram acerca de plantas medicinais, agricultura,classificação e uso do solo, sistema de reciclagem de nutrientes, métodos dereflorestamento, pesticidas e fertilizantes naturais, comportamento animal,melhoramento genético de plantas cultivadas e semi-domesticadas, manejo dapesca e da vida selvagem e astronomia. Um dos organizadores da exposição, oantropólogo Darell Posey, explicou que existem índios especialistas emsolos, plantas, animais, colheitas, remédios e rituais. Mas talespecialização não impede, no entanto, que qualquer Kayapó, seja homem oumulher, tenha absoluta convicção de que detém os conhecimentos e ashabilidades necessárias para sobreviver sozinho na floresta,indefinidamente, o que lhe dá uma grande segurança. Vou pedir permissão avocês para ler a mensagem principal dessa Exposição, resumida na seguintefrase de Posey: "*Se o conhecimento do índio for levado a sério pela ciência moderna eincorporado aos programas de pesquisa e desenvolvimento, os índios serãovalorizados pelo que são: povos engenhosos, inteligentes e práticos, quesobreviveram com sucesso por milhares de anos na Amazônia. Essa posição criauma "ponte ideológica" entre culturas, que poderia permitir a participaçãodos povos indígenas, com o respeito e a estima que merecem, na construção deum Brasil moderno".* Muitos grupos indígenas realizaram experimentação genética complantas, diversificando e enriquecendo as espécies. Só aqui na região do rioUaupés, uma pesquisadora americana, Janette Chernella, em 1986 identificou137 cultivares diferentes de mandioca entre os índios Tukano. * *Esses conhecimentos, no entanto, não foram apropriados pela atualsociedade brasileira, por causa da nossa ignorância, do nosso despreparo edo nosso desprezo em relação aos saberes indígenas, os quais desconhecemos.O preconceito não nos tem permitido usufruir desse legado cultural acumuladodurante milênios. Um especialista em biologia, citado pelo antropólogofrancês Lévi-Strauss, no seu livro "*O Pensamento Selvagem"* chama a atençãopara o fato de que muitos erros e confusões poderiam ter sido evitados, se ocolonizador tivesse confiado nas taxonomias indígenas, em lugar deimprovisar outras não tão adequadas. Um desses erros foi percebido no início de 1985, durante o sérioacidente sofrido pela usina nuclear de Angra dos Reis, construída num lugarque os índios Tupinambá haviam denominado de Itaorna e que até hoje éconhecido por este nome. Nesta área, na década de 1970, a ditadura militarcomeçou a construir a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Osengenheiros responsáveis pela sua construção não sabiam que o nome dado peloíndios podia conter informação sobre a estrutura do solo, minado por águaspluviais, que provocavam deslizamentos de terra das encostas da Serra doMar. Só descobriram que Itaorna quer dizer *"pedra podre"*, em fevereiro de1985, quando fortes chuvas destruíram o Laboratório de Radioecologia quemede a contaminação do ar na região. O prejuízo, calculado na época em 8bilhões de cruzeiros, talvez pudesse ter sido evitado se não fossemos tãoburros e preconceituosos. O preconceito contra as línguas, as religiões e as ciências produzidaspelos índios alcançou também as artes indígenas, sobretudo a literatura. Osdiferentes povos indígenas produziram uma literatura sofisticada, que foimenosprezada porque as línguas indígenas eram ágrafas, não possuíam escritae essa literatura foi passada de geração em geração através da tradiçãooral. As várias formas de narrativa e de poesia indígena, por isso, não sãoconsideradas como parte da história da literatura nacional, não sãoensinadas nas escolas, não são reconhecidas e valorizadas pela mídia.. No século passado e no início deste século, vários estudiososrecolheram no Pará e aqui no Amazonas, uma literatura oral de primeiríssimaqualidade. Um deles foi o general Couto de Magalhães, que não era militar,era um advogado e político mineiro, que recebeu a patente de general porquequando era presidente da província do Mato Grosso, comandou as tropasbrasileiras na guerra do Paraguai. Como vocês sabem, no Império, o Brasilestava dividido em províncias e não em estados e quem governava asprovíncias tinha o cargo de presidente e não de governador. Pois bem, Coutode Magalhães foi presidente de três províncias: Mato Grosso, São Paulo ePará. Ele não tinha, em princípio, qualquer motivo para simpatizar com osíndios e compartilhava todos os preconceitos dos quais já falamos. Noentanto, quando viajou ao Pará, no barco ouviu um índio contando histórias,durante horas, para uma platéia atenta de tripulantes, que ria e participavaativamente. Curioso, Couto de Magalhães se aproximou e ouviu que falavam umalíngua que ele não entendia: o Nheengatu. Ele decidiu então aprender essalíngua, só para conhecer as histórias. Ficou apaixonado com a beleza daliteratura indígena, ele diz que é literatura de primeiríssima qualidade,equiparando-a à literatura grega. Recolheu e registrou muitas histórias,como aquelas que têm por personagem o jabuti. Essas narrativas tinham naverdade uma função educativa, de transmitir valores, formas decomportamento. Couto de Magalhães comentou, em uma observação muitointeligente, que um povo cuja literatura tem um personagem como o jabuti,lento e feio, que consegue vencer outros animais belos e fortes como a onçae o jacaré, só usando a astúcia, é um povo que tem civilização para dar evender. "Umpovo que ensina que a inteligência vence a força, é um povo altamentecivilizadoé um povo altamente sofisticado", ele reconhece. Outros estudiosos ficaram também apaixonados pela literatura indígenano final do século passado e no início desse século, como um nobre italiano,o conde Stradelli. Ele veio para o Amazonas, morou aqui quase 40 anos,aprendeu o Nheengatu - a língua geral falada no rio Negro e na época tambémno alto Solimões. Ficou apaixonado com os mitos, os contos, as poesiasindígenas, e recolheu e levou para publicar na Itália. Acabou morrendoleproso aqui em Manaus e foi enterrado no cemitério de Paricatuba. Outroque andou encantado com a literatura indígena foi o Brandão Amorim, filho docomerciante português Alexandre Amorim, que hoje é nome de rua no bairro deAparecida. Todo esse pessoal recolheu muitas narrativas, que infelizmentenão fazem parte ainda do nosso currículo escolar, o que faz com que osestudantes e a população brasileira ignorem esse patrimônio cultural dahumanidade, que é a literatura indígena.*Terceiro equívoco: culturas congeladas * O terceiro equívoco é o congelamento das culturas indígenas. Enfiaramna cabeça da maioria dos brasileiros uma imagem de como deve ser o índio: nuou de tanga, no meio da floresta, de arco e flecha, tal como foi descritopor Pero Vaz de Caminha. E essa imagem foi congelada. Qualquer mudança nelaprovoca estranhamento. Quando o índio não se enquadra nessa imagem, vem logoa reação: "Ah! Não é mais índio". Na cabeça dessas pessoas, o "índioautêntico" é o índio de papel da carta do Caminha, não aquele índio de carnee osso que convive conosco, que está hoje no meio de nós. O governador Gilberto Mestrinho, por exemplo, para impedir ademarcação das terras indígenas, veio com esse papo mole, que reforçapreconceitos. Ele disse: "esses aí não são mais índios, já estão de calça ecamisa, já estão usando óculos e relógios, já estão falando português, nãosão mais índios". Ele criou uma nova categoria, desconhecida pela etnologia:os ex-índios. Aí, se essa lógica funciona, eu fico me perguntando se oMestrinho não é, então, um ex-brasileiro, porque o cotidiano dele estámarcado por elementos tomados emprestados de outras culturas. Aliás, istoacontece com todos nós. Você, por exemplo, está vestido com jeans, aliásmuita gente aqui está com um tipo de roupa que não foi inventada por nenhumbrasileiro. Estes móveis aqui também não são objetos "autênticos" da nossacultura. A mesa e a cadeira têm uma história que vem lá da Mesopotâmia, ondeforam projetadas no século VII a.C., passaram pelo Mediterrâneo sofrendovárias modificações antes de chegarem a Portugal e depois ao Brasil. A formade construir em concreto também não é técnica brasileira. O computador não ébrasileiro, o telefone não é brasileiro , enfim toda essa parafernália que agente usa - os milhares de itens culturais presentes no nosso cotidiano -não tem suas raízes em solo brasileiro. Então, o brasileiro pode usar coisas produzidos por outros povos -computador, telefone, televisão, relógio, rádio, aparelho de som, luzelétrica, água encanada - e nem por isso deixa de ser brasileiro. Mas oíndio, se desejar fazer o mesmo, deixa de ser índio? Quer dizer, nós nãoconcedemos às culturas indígenas aquilo que queremos para a nossa: o direitode entrar em contato com outras culturas e de, como conseqüência dessecontato, mudar. O escritor mexicano Octávio Paz escreveu com muita propriedade que"as civilizações não são fortalezas, mas encruzilhadas". Ninguém viveisolado absolutamente, fechado entre muros de uma fortaleza. Historicamente,cada povo mantém contato com outros povos. Às vezes essas formas de contatosão conflituosas, violentas. Às vezes, são cooperativas, se estabelece odiálogo, a troca. Em qualquer caso, os povos se influenciam mutuamente. Oconceito que nos permite pensar e entender esse processo é o conceito de *interculturalidade.* E o que é a interculturalidade? É justamente o resultado da relaçãoentre culturas, da troca que se dá entre elas. Tudo aquilo que o homemproduz em qualquer cultura e em qualquer parte do mundo - no campo da arte,da técnica, da ciência - tudo o que ele produz de belo merece ser usufruídopor outro homem de qualquer outra parte do planeta. Os índios, aliás, estãoabertos para esse diálogo. O problema é que historicamente eles nãoescolheram o que queriam tomaremprestado, isto lhes foi imposto a ferro e fogo. Então, historicamente essarelação não tem sido simétrica, não tem tido mão dupla, tanto na Amazônia,como no resto do Brasil e da América. Ou seja, os índios não puderam terliberdade de escolha, de olhar o leque de opções e dizer: "nós queremosisso, nós queremos trocar aquilo". As relações foram assimétricas em termosde poder. Não houve diálogo. Houve imposição do colonizador. Aquilo peloqual nós brigamos hoje é por uma interculturalidade, entendida como umdiálogo respeitoso entre culturas, de tal forma que cada uma delas tenha aliberdade de dizer: "Olha! Isso nós queremos, isso nós não queremos", ouentão, "nós não queremos nada disso". É essa liberdade de transitar emoutras culturas que não concedemos aos índios, quando congelamos suasculturas. Em novembro do ano passado, a COIAB - Coordenação das OrganizaçõesIndígenas da Amazônia Brasileira - me convidou para assessorar umaassembléia de líderes indígenas aqui em Manaus. Eu vim e encontrei um grandeamigo meu, o Idjarruri, um índio Karajá com quem eu havia convivido em 1992.Na hora de me despedir, eu disse: "Olha só, a gente passou tantos anos semter notícias, não podemos mais perder o contato. Como é que eu faço para teencontrar?" Eu pensava que ele fosse me dar um número de um posto telefônicopara deixar recado. Mas ele disse: "Anota aí:*Idjarruri@karajá.com.br*<Idjarruri@karajá.com.br>ou coisa semelhante,mas era o endereço na internet. Depois me deu seucelular. Nesse caso, o computador e o celular são usados como armasdefensivas para preservar elementos de sua cultura. Vocês devem ter lido, em novembro do ano passado, uma excelentematéria sobre a escola Waimiri Atroari, que saiu no jornal A Crítica,escrita pela Ana Célia Ossame, com belíssimas fotos do Euzivaldo Queiroz,que mostram os índios, semi-nus, usando um computador em uma escola - umaconstrução coberta de palha - combinando o novo com o tradicional. A AnaCélia contou nessa reportagem, uma coisa que me emocionou muito. Quando elapassou lá, no dia 30 de novembro, os índios estavam em sala de aula, numaatividade escolar. Os índios Waimiri Atroari, há 40 anos atrás, não falavamportuguês e nem sabiam o que era escola. Eles tinham outras instituiçõesencarregadas de transmitir saber, ciências, artes e literatura, que era atradição oral. No contato com a sociedade brasileira, eles decidiram criaruma escola, para aprender português como segunda língua, da mesma forma quea gente aprende o inglês, para poder sobreviver e entrar em contato com omundo. O brasileiro aprende o inglês, não para substituir o português, maspara desempenhar outras funções. Assim também os índios aprendem oportuguês, não com o objetivo de eliminar suas próprias línguas, quecontinuam com a função de comunicação interna, mas para se comunicar parafora. Bom! Para aprender o português e ser alfabetizado, as instituiçõestradicionais indígenas não dão conta do recado. É preciso pedir emprestadouma instituição da sociedade brasileira: a escola que, aliás, não foiinventada por nenhum brasileiro, foi também importada. Os Waimiri Atroariconstruíram, então, uma escola, um enorme malocão de forma circular, semportas, onde você pode entrar e sair na hora em que quiser. Não sei se vocêsviram, se alguém viu, as fotos daquela construção Waimiri Atroari. Pareceuma catedral, toda de palha, com um poste central subindo, subindo bem alto..As fotos mostram ainda as carteiras dispostas uma atrás da outra, como nasnossas escolas, o que é discutível do ponto de vista pedagógico. Os alunos,semi-nus, estão sentados com cadernos, livros, lápis e caneta paraescrever. Eles estavam lá sem camisa, sem uniforme, uma escola sem farda,sem horário fixo, sem currículo rígido. Olha só que coisa maravilhosa!Quando os jornalistas passaram por lá, o professor estava no quadro, dandoaula de alfabetização em Waimiri Atroari. De repente, alguém gritou: "Olha apaca!" Aí o professor deu um assobio e - vamos lá moçada - aí ele saiu comos alunos, e naquele momento a aula deixou de ser de alfabetização, parase transformar em aula de caça tradicional. Diante desse fato, fiquei pensando o seguinte: como professor - eu souprofessor normalista formado pelo Instituto de Educação do Amazonas,professor de primeiro e segundo grau e professor universitário - quantas equantas vezes, eu fiquei com vontade de sair atrás da caça. Lembro um dia emque senti isso muito forte. Eu estava dando uma aula na UERJ, na mesma horaem que estava havendo uma palestra do João Saldanha. Não sei se vocêsconheceram o Saldanha, um comentarista esportivo, que foi técnico da SeleçãoBrasileira e militante do Partido Comunista. Tinha um papo muito agradável esedutor, conhecia muito a cultura popular e era um excelente contador dehistórias. Eu estava dando aula no 10º andar e ele com sua palestra no 9ºandar. Eu estava querendo ouvi-lo, mas tinha que dar a minha aula e nãotive coragem de chegar para os alunos e dizer: "vamos todo mundo para lá,que está muito mais interessante". O Saldanha era a caça que estava passandolá fora. Mas acho que agora aprendi com os índios. Quando os índios tomam uma instituição emprestada como a escola, elesdão outrosignificado, criam outras formas de usar essa instituição, fazendo com querepensemos a prática escolar na nossa sociedade. Este exemplo da escolaWaimiri-Atroari é bem ilustrativo de como a interculturalidade não é apenasuma mera transferência de conteúdo de uma cultura para outra. Ainterculturalidade é uma construção conjunta de novos significados, ondenovas realidades são construídas sem que isso implique abandono das própriastradições. Concluindo esse tópico, podemos dizer que a cultura brasileira muda, achinesa muda, a americana muda, todas as culturas mudam. As culturasindígenas também mudam, e isto por si só não é ruim. Não é ruim que mudem, oruim é quando a mudança é imposta, sem deixar margem para a escolha*Quarto equívoco: os índios fazem parte do passado*. O quarto equívoco consiste em achar que os índios fazem parte apenasdo passado do Brasil. Num texto de 1997 sobre a biodiversidade vista doponto de vista de um índio, Jorge Terena escreveu que uma das conseqüênciasmais graves do colonialismo foi justamente taxar de "primitivas" as culturasindígenas, considerando-as como obstáculo à modernidade e ao progresso. Vouler para vocês que ele escreveu: *"(Eles) vêem a tradição viva como primitiva, porque não segue oparadigma ocidental. Assim, os costumes e as tradições, mesmo sendoadequados para a sobrevivência, deixam de ser considerados como estratégiade futuro, porque são ou estão no passado. Tudo aquilo que não é do âmbitodo Ocidente é considerado do passado, desenvolvendo uma noção equivocada emrelação aos povos tradicionais, sobre o seu espaço na história". * Os índios, é verdade, estão encravados no nosso passado, mas integramo Brasil moderno, de hoje, e não é possível a gente imaginar o Brasil nofuturo sem a riqueza das culturas indígenas. Se isto por acaso ocorresse, opaís ficaria pobre, muito pobre, e feio, muito feio, igual ao bairroAmarelo. Para ilustrar este tópico, pode ser interessante contar para vocêso que aconteceu com o bairro Amarelo, um grande conjunto habitacionallocalizado em Hellesdorf, no norte da ex-Berlim Oriental, na Alemanha. Em 1985, construíram um conjunto habitacional tipo BNH, em Berlim.Eram blocos pré-moldados de 5 a 6 andares, uns caixotões de concretopré-fabricados, com uma fachada pintada de um amarelo duvidoso de diarréia.Era muito pior que o conjunto Eldorado, ali no Parque Dez. Cerca de dez milpessoas de baixa classe média moravam lá, em 3.200 apartamentos. Osmoradores reclamavam muito, depois do trabalho não tinham vontade de voltarpara casa, porque achavam o bairro feio, o lugar horrível, pesado e triste.Quando caiu o muro de Berlim, em 1989, a cidade passou por um processo dereforma urbana sem precedentes. O Instituto de Urbanismo de Berlim colocou50 milhões de dólares para dar uma melhorada, uma "guaribada" no bairro.Chegaram com os moradores e disseram: "a gente quer mudar o bairro de vocês,mas a gente quer saber com que cara vocês querem que ele fique". Osmoradores se reuniram, discutiram e concluíram: "nós queremos que nossobairro tenha a cara da América Latina que é bonita e alegre". Foi feita alicitação e se apresentaram mais de 50 escritórios de arquitetura da AméricaLatina. Ganhou um escritório brasileiro de São Paulo - Brasil Arquitetura.Aí os arquitetos foram lá, conversar com o pessoal do bairro. O bairro tinhavárias entradas diferentes. A primeira proposta deles foi construir jardinse colocar algumas esculturas de artistas plásticos brasileiros nessasentradas de acesso. Depois discutiram sobre a reforma nas fachadas dosedifícios, com a qual os moradores implicavam. Os moradores pediram: "nósqueremos que sejam colocados azulejos com arte indígena, com desenhos dosíndios". Bom, se os arquitetos andassem 5 km, iam chegar no MuseuEtnográfico de Berlim, onde existem milhares de obras de arte indígena, comdesenhos em todo tipo de suporte: em cerâmica, tecido, palha e até em papel.No entanto, o que se queria não era arte indígena *do passado*, mas arteindígena de hoje, *contemporânea*. Os arquitetos decidiram sair atrás dedesenhos novos, atuais, com uma série de dúvidas: será possívelencontrá-los, depois de 500 anos de contato, do saqueio colonial, dotrabalho compulsório, dos massacres, das missões, das invasões de terras,das estradas, dos colonos, dos garimpos, das frentes extrativistas, dashidrelétricas, dos grandes projetos? Os índios não teriam perdido suasfontes de inspiração? Em muitas sociedades indígenas, as tigelas e potes decerâmicas foram substituídos por peças de alumínio e plástica, asindumentárias e adornos tradicionais foram trocados pelo vestuárioocidental: em que medida este fato afetou a expressão artística tradicional? Hoje, no Brasil, existem mais de 200 povos indígenas, quase todoseles produzindo artes gráficas. Os arquitetos Francisco Fanucci e MarceloFerraz, responsáveis pelo projeto de remodelação das fachadas, acabaramoptando pelos Kadiweu, cujos desenhos consistem em figuras geométricasabstratas. Como a pintura Kadiweu é tarefa exclusiva da mulher, os doisarquitetos realizaram concurso entre as índias da aldeia Bodoquena, no MatoGrosso do Sul. Mandaram para a aldeia um lote de papel cortado no tamanhoestabelecido, as instruções sobre as cores e canetas hidrográficas. Noventae três índias, de 15 a 92 anos de idade, realizaram três propostas cada uma.O resultado agradou a todo mundo. Os arquitetos selecionaram, num primeiromomento, 300 estampas coloridas, exclusivas, criadas pelas índias, e depoisescolheram seis delas como vencedoras do concurso. No dia 19 de junho de1998, essas estampas, transformadas em azulejos, foram inauguradas nasfachadas dos blocos do Bairro Amarelo, alegrando-o, humanizando-o,tornando-o mais belo, habitável e civilizado, facilitando a convivência e acomunicação entre os seus moradores. A aldeia Bodoquena ganhou, por essetrabalho civilizatório, 20 mil marcos alemães e mais passagens e estadias dedez dias para as seis índias, artistas Kadiweu, que estiveram presentes nafesta de inauguração. A reforma urbana de um conjunto habitacional de Berlim com desenhosKadiweu mostra os equívocos da concepção evolucionista ultrapassada queconsidera as experiências das sociedades indígenas no campo da arte e daciência como primitivas, pertencentes à infância da humanidade, sem lugar notempo presente. Ele serve também para exemplificar como um bem cultural podeadquirir novos usos e novas significações, se nele é investido um novotrabalho cultural. Serve ainda para formularmos algumas perguntasinquietantes: Por que um povo, como o alemão, possuidor de um expressivopatrimônio artístico próprio, busca melhorar sua qualidade de vida, lançandomão de elementos atuais das culturas indígenas? Será que moradores dequalquer bairro de Manaus tomariam decisão semelhante? Por que não? Os portugueses, primeiro, e depois os brasileiros, durante cincoséculos acreditaram que os índios eram atrasados e que portugueses ebrasileiros representavam a civilização. Portanto, a nossa obrigação eracivilizá-los, ou seja, fazer com que eles deixassem de ser índios epassassem a ser como nós. Ocorreu um verdadeiro massacre durante esses 500anos, com o extermínio de muitas etnias. Os índios ficaram relegados, comopertencentes a um passado incômodo e distante do Brasil. Esta situação, do ponto de vista legal, foi modificada., com aconstituição brasileira de 1988, graças às organizações dos índios, a umtrabalho importante da própriaIgreja, ao apoio dos aliados dos índios, que conseguiram impor oreconhecimento por parte do estado brasileiro da existência hoje dos índiose desses dois pontos básicos: 1º - que os índios são diferentes; 2º- que não se trata apenas de tolerar essa diferença; mas deestimulá-la. Essa diferença, vista no passado como atentatória à segurançanacional, hoje está sendo considerada como umelemento altamente enriquecedor da cultura brasileira. Em 1980, entrevistei um índio Shuar para o jornal Porantim. O Shuar éum povo que viveuma parte no Equador e outra parte no Peru. No Equador os Salesianosrealizaram um bom trabalho, apoiando a criação de uma Rádio Shuar. É umrádio bilíngüe, ela transmite uma parte da programação em espanhol, e aoutra em língua shuar: literatura, música, poesia, tudo em língua Shuar.Pois bem, entrevistei o líder Ampam Krakas e perguntei dele em portunhol: *"Cual es tu Pátria?" * Ele me respondeu: "*Mi pátria grande es el Ecuador y mi pátria chica es el Shuar."* Nesta resposta esta a síntese do que os índios representam em termosde presente e de futuro: a relação com o estado brasileiro e com aidentidade nacional, com a pátria grande, não deve anular a pátria pequena,pequena em termos numéricos, mas não em termo de qualidade.*O quinto equívoco: o brasileiro não é índio* Por último, o quintoequívoco é o brasileiro não considerar a existência do índio na formação desua identidade. Há 500 anos atrás não existia no planeta terra um povo com onome de povo brasileiro. Esse povo é novo, foi formado nos últimos cincoséculos com a contribuição, entre outras, de três grandes matrizes: - As matrizes européias, assim no plural, representadas basicamente pelos portugueses, mas também pelos espanhóis, italianos, alemães, poloneses, etc; - As matrizes africanas, também no plural, da qual participaram diferentes povos como os sudaneses, yorubás, nagôs, gegês, ewes, haussá, bantos e tantos outros; - Finalmente, as matrizes indígenas, formadas por povos de variadas famílias lingüísticas como o tupi, o karib, o aruak, o jê, o tukano e muitos outros. Depois, as migrações de outros povos como os japoneses, ossírio-libaneses, os turcos, vieram enriquecer ainda mais a nossa cultura. Noentanto, como os europeus dominaram política e militarmente os demais povos,a tendência do brasileiro, hoje, é se identificar apenas com o vencedor - amatriz européia - ignorando as culturas africanas e indígenas. Isso reduz eempobrece o Brasil, porque você acaba apresentando aquilo que é apenas *umaparte*, como se fosse o *todo*. O índio, no entanto, permanece vivodentro de cada um de nós, mesmo que a gente não saiba disso.* *Não é sódentro do amazonense, cujas raízes indígenas são muito recentes. Olha a VeraFischer, loura, de olhos azuis. Não seria exagerado afirmar que a VeraFischer é tão negona quanto uma passista da escola de samba ou tão índiaquando uma caboca vendedora de tacacá, e isso porque a negritude e aindianidade não é marcada pela cor da pele, pelo tipo de cabelo, pela formado nariz. Não é uma questão genética, é uma questão cultural. Na hora em queaquele descendente de um alemão lá de Santa Catarina, louro e do olho azul,começar a rir - como é que ele vai rir? de quê ele vai rir? Na hora desentir medo - ele vai sentir medo de quê? De onde saem seus fantasmas? Comquem ele sonha? Quando tiver que fazer suas opções culinárias, de música,de dança, de poesia, de onde é quem saem os critérios de seleção? É aí queafloram as heranças culturais, incluindo as indígenas e as negras. Vouconcluir lembrando um fato real que me foi contado pelo escritor portuguêsAntônio Alçada. Ele estava fazendo turismo na Grécia com um grupo de amigosportugueses, lá numa daquelas ilhas gregas. Estava em pé, parado,conversando com esses amigos, quando passou um grupo de turistas japoneses,carregados de máquinas fotográficas. Até aí nada demais, porque tem turistajaponês em qualquer biboca do mundo. Acontece que enquanto os turistasjaponeses prosseguiram seu caminho, um deles parou diante do grupo deportugueses, ficou olhando e ouvindo os portugueses por alguns minutos,depois se aproximou e perguntou num perfeito português com sotaque paulista:"Desculpa. Eu sou brasileiro. Vocês são portugueses?" O Antônio Alçadarespondeu: "Somos". O "japonesinho" de São Paulo, então, deu um logo eestridente assobio para o grupo dele que havia se distanciado. Todo mundovirou a cabeça para trás e ele gritou: "Ei, pessoal! Venham aqui que euencontrei um grupo dos nossos antepassados". O escritor português contou quesentiu uma coisa estranha e pensou: "Eu? Antepassado desses japoneses? Como?Se os pais deles deviam estar numa ilha, lá no Japão, na geração anterior, enão têm nada que ver com o meu passado!". Acontece que os imigrantes quechegam aqui no Brasil acabam assumindo a cultura e a história do país,assumindo desta forma um passado que não é dele individualmente, nem de suafamília, mas é coletivo, da nação, do povo ao qual ele agora pertence. Noentanto, se eles não vêem os índios e os negros como seus antepassados éporque acabam assumindo a identidade veiculada pela ideologia dominante, quereivindica apenas a matriz européia, que nos deu a língua que falamos e quemarcou inapelavelmente nossa cultura, e da qual temos motivos para nosorgulhar. No entanto, queremos também conhecer e ter orgulho da contribuiçãodos povos indígenas e das diferentes culturas africanas que marcaram a nossaforma de ser. Esses não são os únicos equívocos que cometemos em relação aos índios e anós mesmos, mas talvez sejam aqueles que mereçam urgentemente serdiscutidos. Então, vamos ao debate. Muito obrigado.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Gastritre X Frescurite

Descobri que aquela dorzinha que incomoda tanto não é frescura é gastrite mesmo e que o melhor remédio é procurar o Dr Tio Sam lá nos USA.
Lá vc. é bem tratado, pode trabalhar a vontade sem riscos para a saúde.
Isso tudo foi uma conclusão lógica que eu acabei de conceber e que deve ter algum fundamento.
Sabe, se eu fosse médico, eu curaria a gastrite dela. Mas como eu sou meio índio... Quem sabe eu não curaria!? Mas para isso eu teria que usar a infraestrutura do T.Sam e ir junto.
O problema é ser bem tratado. E tratar bem. Independe do lugar. Eu cuidaria dela no Rio ou em Bagdah

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A "baranga" do dia seguinte: Explicação

LONDRES - Cientistas podem ter descoberto porque as pessoas se esquecem de coisas que fazem – constrangedoras, muitas vezes – quando estão bêbadas. Um grupo de cientistas da Universidade de Sussex, na Inglaterra, informa que o álcool facilita a criação de memórias para eventos emocionais, na maior parte positivos, vividos antes da intoxicação. Por outro lado, prejudica a criação de memórias para eventos emocionais, em diversos casos negativos, ocorridos depois do consumo abusivo de bebidas.

A psicóloga Dora Duka, que coordenou o estudo, acredita que tal fenômeno pode levar as pessoas a acreditarem mais nos efeitos positivos do álcool, em vez de perceberem suas desvantagens, contribuindo para o desenvolvimento do alcoolismo.

– Os efeitos do álcool no humor são conhecidos por contribuir para o seu uso e abuso. Já sua atuação na memória pode ser um fator no desenvolvimento do alcoolismo – explica a psicóloga.

Os pesquisadores compararam a habilidade de voluntários de se lembrar de uma série de imagens depois do consumo de bebidas. Descobriram que o álcool aumentava a memória para imagens vistas antes de beber e deteriorava a fixação de imagens vistas depois.

– Não está claro como o álcool muda a maneira como as memórias são formadas, mas pode estar alterando os neurotransmissores que as constroem– conclui Duka.

JBOnline

sábado, 6 de setembro de 2008

12 de setembro - The day after

No próximo dia 12 de setembro, na já consagrada casa de festa da D. Lu, a D. Dora

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Por falar em índio...

Edição 218 26 de agosto de 2008
Olhar Virtual
O índio na universidade
Sofia Moutinho - AgN/Praia Vermelha
Desde o ano passado, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) destina vagas para indígenas em alguns de seus cursos. Neste ano já foi publicado o edital específico do concurso de Vestibular para indígenas que queiram ingressar em cursos de Graduação no período letivo de 2009. O número de vagas aumentou para 20, distribuídas entre os cursos de Direito, Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Agronomia. Em 2003, o deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT), protocolou na Câmara um projeto de lei que visa à criação da Fundação Universidade Federal Autônoma dos Povos Indígenas, instituição de ensino superior exclusiva aos indígenas que teria sede em Cuiabá e seria vinculada ao Ministério da Educação.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), existem hoje no Brasil cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 sociedades indígenas, que compõem cerca de 0,25% da população brasileira. Só no Mato Grosso vivem aproximadamente 28 mil indígenas pertencentes a 38 etnias.
Para esclarecer as questões envolvidas na inserção do índio na universidade e as implicações disso tanto para a cultura indígena quanto para a sociedade, o Olhar Virtual conversou com a professora do Departamento de Fundamentos de Educação da Faculdade de Educação da UFRJ e autora do livro Organizações multiculturais: logística na corporação globalizada, Ana Canen, e com o professor da Escola de Serviço Social e membro do corpo editorial da revista francesa Multitudes, Giuseppe Cocco.


Ana CanenProfessora da Faculdade de Educação
Acho que a questão da inserção dos indígenas nas universidades passa por um tema mais amplo que é o das políticas afirmativas — aquelas que pretendem dar maior oportunidade para os grupos marginalizados. Essas medidas integram o movimento que adota a perspectiva de inclusão de grupos historicamente excluídos dos benefícios da sociedade. O que ocorre é que as políticas afirmativas possuem dois lados. O lado positivo é permitirem que haja maior diversidade cultural nos campi das universidades. Isso significa maior representatividade desses grupos, o que é muito bom. Nós, que adotamos a perspectiva do multiculturalismo, não queremos “universidades brancas” atendendo somente à elite. É importante que a sociedade entenda que a diversidade só nos acrescenta e nos torna melhores. Essas políticas afirmativas, porém, são paliativas; não são o remédio que vai resolver as injustiças. Deve haver maior investimento na educação básica de qualidade com o desenvolvimento de currículos para escolas de nível fundamental e médio que valorizem a cultura indígena. Currículos que promovam um diálogo entre a cultura indígena e a dominante. A política de cotas deve ser encarada como temporária.
Um segundo tipo de medida, que deveria ser implantado junto às políticas de cotas, seria a que visa garantir a permanência desses índios na universidade. A cota não adianta de nada se não houver na universidade o apoio necessário, como políticas públicas que invistam em cursos paralelos para suprir a deficiência do ensino básico, além do investimento em cursos para os professores e bolsas para a alimentação e compra de materiais escolares para o aluno. Isso é ainda mais necessário nos cursos mais caros como Medicina, Engenharia e Direito.
Os investimentos não podem se limitar ao acesso à universidade, mas devem ser também voltados para a permanência do aluno. Caso contrário, o efeito é de maquiagem e o acesso torna-se perverso por não dar a condição de permanência nem a chance para que futuros sujeitos possam competir com igualdade de condições. A valorização da cultura indígena nas escolas e o diálogo entre culturas desde a educação básica são necessários.
Os movimentos indígenas estão se articulando, há demanda por estas vagas na universidade. Com certeza, eles irão considerar este um passo muito positivo, mas as lideranças mais “antenadas” com um quadro maior irão reivindicar outras medidas como a valorização da sua cultura em todos os setores da sociedade e maiores investimentos na educação.
A universidade que recebe os cotistas indígenas deve se conscientizar que a diversidade é uma riqueza para todos. Por isso deveria ser feito um trabalho que favorecesse a diversidade e impedisse que os indígenas tivessem vergonha de sua cultura. Por isso os currículos devem se adaptar e procurar o diálogo com as diferenças, pois não é um favor permitir o ingresso indígena no ensino superior, mas sim um direito do cidadão. Cabe à instituição promover atividades curriculares e extracurriculares que resgatem a auto-estima dos indígenas e valorizem esta cultura, que também é plural. São muitas etnias diferentes. Deve haver incentivo à diversidade cultural que caracteriza nosso país; do contrário, pode provocar um estranhamento nos indígenas que os levem à evasão. O multiculturalismo é uma riqueza para todos. A homogeneização cultural provoca a perda da oportunidade de se formarem pessoas com competência multicultural. O ideal seria que todos os departamentos universitários abrissem essa possibilidade da representação da diversidade cultural.
Giuseppe CoccoProfessor da Escola de Serviço Social
Eu tenho uma opinião geral sobre a política de cotas como está sendo prevista em nível nacional. Hoje já são algumas dezenas de universidades que tomaram a iniciativa autônoma de se adiantar ao governo e criar políticas próprias de cotas. Isso me parece absolutamente pertinente porque dá conta de várias questões ao mesmo tempo: em primeiro lugar, à democratização do acesso ao ensino superior e, em segundo, à necessidade de lutar contra todas as formas de discriminação, seja cultural ou étnica. Ao mesmo tempo a universidade se abre à entrada da diversidade e riqueza social que caracterizam as diferentes regiões do país.
Para os indígenas, essa iniciativa da UFMT tem grande importância, na medida em que eles vão poder reforçar sua autonomia, se desligando da dependência de um saber “branco”. Estes índios poderão continuar hibridizando sua cultura com a cultura dominante. Assim terão algumas das técnicas das quais precisam e poderão articular esta relação entre o poder e o saber. Ao mesmo tempo, acho que boa parte destes indígenas que vai ingressar na universidade irá sair do âmbito indígena. Isso vai aumentar a riqueza para a sociedade brasileira e para a região do Mato Grosso, torná-la mais dinâmica, misturada, híbrida.Acredito que o contato dos indígenas com o “saber branco” não vai distanciá-los de suas origens e raízes, mas trazer uma riqueza para a cultura dominante através da riqueza da pluralidade e singularidade da cultura indígena. O indígena pode usar o médico, a vacina, estudar e continuar indígena.
As cotas em geral são instrumento fundamental para que a mistura aconteça em todos os níveis e não só nas margens da pobreza, como é freqüente no Brasil. A política de cotas não distancia os alunos universitários cotistas dos não cotistas, as experiências no Brasil demonstram isso. O verdadeiro problema é a exclusão e não as modalidades da integração dentro da integração. Afinal, as cotas são de entrada e não de saída, combatem o racismo e a ideologia meritocrática, falsa, que rege atualmente o acesso à universidade. A meritocracia atual confirma apenas uma estrutura social extremamente hierarquizada. A meritocracia é entendida na nossa sociedade como um ponto de partida, mas o mérito é na realidade um ponto de chegada. Se o mérito é concebido como ponto de partida, ele apenas favorece a reprodução da estrutura hierárquica social que só dá condições aos que já nasceram com elas. O investimento público deve ir no sentido oposto para que o mérito seja uma conquista e não o começo.
A priori, eu diria que os professores não necessitariam de uma orientação especial para lidar com os indígenas. Falar de cotas é falar de democratização, a preparação necessária é o investimento do governo federal para o aumento do número de vagas nas universidades. O que defendo é uma formação mais diversificada, pois não estou convencido de que o vestibular é o método mais eficaz para avaliação. Pelo contrário. O aluno deveria ingressar na universidade em uma grande área e não em uma diretamente específica. Para os indígenas e para todos, seria mais interessante a existência de ciclos básicos por grandes áreas, como pretende o governo no plano da Reforma Universitária. Os ciclos básicos dentro desta nova concepção, criados e diferenciados dentro das grandes áreas do conhecimento, seriam benéficos para o processo de adaptação e formação dos alunos ingressos.
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19/08/2008 - Brasil: país de classe média
12/08/2008 - Mudança de sexo será financiada pelo SUS
05/08/2008 - Constituição brasileira completa 20 anos

Cadê o Índio?

É Arariboia, Ajuricaba e agora o Guarani da Rê. Todos foram descobertos.
O Guarani da Rê então, coitado! Como diz outra sobrinha é crónico, ou melhor, dá crônica pro Baby que entende de índio como ninguém.
Vou criar coragem e transcrever em breve a exploração mútua que está havendo lá no "grotão" deles, segundo informações recebidas por email de uma ativista que mora na região.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Mais uma!

Pois é, cá estou eu de novo para meter a boca no trombone.
Pensei que fosse um desses jogos de olimpíadas com um montão de gente gritando na frente de uma tela de uma televisão. Mas não, eram eles, os nobres doutores, diante da tela de um microcomputador. Uns cinco gritando: "Caiu! Aí! Mais!"
Não dá pra engrossar o caldo. O homem, como ele mesmo disse, tem especialista de mais e está muito bem assessorado. Tenho urgentemente de procurar o que fazer.
O nosso time aqui é igual a Seleção Brasileira de Futebol, não tem técnico.
O mais importante agora é pensar Nela; é buscar Nela a solução. Quanta vontade!
Temos que ganhar, temos que lutar!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Relax

Enlanguescido! Seria assim? É como me sinto. No sentido de descansar para retornar mais forte.

Não é fácil não se manter ativo.

Voltando ao assunto que já estava se esgotando: Nunca aos Domingos, nesse dia tem que ter descanso. Nos outros dias da semana não tem jeito, a "batida" é forte e com muita corrida na praia, alongamento, barra etc.

Preguiça! Não. Nunca! Essa ficou de fora faz tempo. Nunca mais bateu aquela preguicinha de não querer levantar da cama cedo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Nova postagem e assim vai...

Da peça trair e coçar é só começar eu incluo escrever.
Escrever tem um gostinho, hoje em dia, com o avanço tecnológico, semelhante ao de ler. Escreve-se direto sem preocupação nenhuma com formatação de texto porque ficou muito fácil corrigir e publicar (na internet, claro!). Serve como "Muro de Lamentações" onde, blá, blá, blá... Pronto!
As meninas, e porque não os homens também, devem adorar fazer disso o seu "diário" como se via tempos atrás.
Vou ficar devendo a estória do retrovisor, ou melhor, capa do espelho retrovisor externo - VW FOX 04/... (lado direito texturizado) SPJ EB25, lente c/base metaliz fox 04/07 LD LH: 30.320-8 e uma tal de carcaça que eu não sei o código, que é o que falta para completar o conjunto.

It happened once upon a time.

"É um tremendo filho da puta, um cara muito babaca que merece ganhar umas porradas pra aprender a ser homem. Mas não me atinge e não vai conseguir me abalar.
"Agressivo"! Sim, agressivo. Vou ser como? Banana que nem ele? Nunca! Deixa pra lá!
...Saudades, muitas saudades! Falaram dela. Que falta que ela me faz...
Voltando ao assunto: Eu "mato" ele como eu matei o meu "chará" que é "mais grandão" e tombou direitinho.
As pessoas tem que perceber que a insalubridade é que provoca a agressividade e a agressividade não vai diminuir enquanto não houver uma atenção especial com as condições ambientais nos locais laborais (local de trabalho, mesmo). E isso não existe de uma forma abrangente. Ela é discriminada e só atinge uma classe privilegiada que se consideram "omnis at sense".
Outra coisa muito importante é o carater das pessoas com quem convivemos. Existe uma briga feia entre os semelhantes mas que "sobra" para os diferentes".

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Expresso

Tava lá o convite numa página do Google: Expresse suas ideias!
Expresso, claro, vou fazer o que?
Os caras querem ideias, então vão ter.
Dificil vai ser conseguir separar (garimpar) milhões de coisas que vão estar disponível por aí.
Isso sim é liberdade de expressão, mas que não dá em nada. Só serve como desabafo. Mas vou usar e até abusar se preciso for. Digamos...terapeuticamente, para não pirar.
Tem dias que a gente pensa que todo mundo lê o que vc. escreve só porque está disponivel na internet, outros como se fosse (a internet) o lugar mais seguro (oculto) do mundo para vc. depositar seus pensamentos.
Outra ocasião é quando tem alguém bisbilhotando ou interessado em saber o que vc. está escrevendo. Escrever parece um ato muito intelectual e deixa as pessoas curiosas, principalmente se esta pessoa que escreve tem algum estigma ou sofre de algum preconceito.
Tanto os cultos como os incultos têm direito de expressão

quinta-feira, 3 de julho de 2008

E AGORA?

Teclei enter e já publicou?
Vou ter que assumir. Essa paradinha de escrever quando a gente ta invocado funciona direitinho. Fica meio parecido com diário, coisa de menina, mas...

domingo, 29 de junho de 2008

PARA REFLETIR

Conceito de Envelhecimento - OPAS

“Envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e portanto aumente sua possibilidade de morte”.

Antes eu gostaria de saber o que significa a sigla OPAS.
Este conceito foi extraído do Caderno de Atenção Básica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, de Yeda Aparecida de Oliveira Duarte da Universidade de São Paulo e publicado no Portal (saude.gov) do Ministério da Saúde.

willi coitado

"Conheci o will na prisão. Éramos companheiros de cela. Aprendi várias coisas com ele e lhe sou muito grato até hoje. Nos intervalos de trabalho voluntário que fizemos para diminuir nossa pena ele me ensinou roubo a banco, estratégia lógica, história de malandros e artes do crime. Hoje devo grande parte de minha erudição a este nobre malandro. Meu único arrependimento dos tempos de carceragem é por não tê-lo ajudado nos momentos de coação sexual. Os outros presos se aproveitavam de sua fragilidade e inocência para força-lo a fazer coisas que ele antes fazia apenas por opção. Mas enfim, são águas passadas...Fico feliz de ver que você superou toda aquela violência... Abraço forte , e força que eu tenho certeza que vc vai conseguir vencer...Vlw will grande abraço hahaha!!!"

Desejo Imenso

Sem narrativa alguma para o momento, continuo esperando alguma coisa acontecer de extraordinário na minha vida para que eu possa desencalhar. Mas não é fácil.
O que eu fico buscando a toda hora é alguma forma de prazer intenso para me saciar os desejos.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sem Título

Porque tudo tem que ter título? Doutor é título.
Tá lá ele que caga cheiroso pacas se sujando de graxa pra deixar de ser "babaquara" como diz o carioca.
O outro, filho de caboca, (esta estudando pra ser também), está lá comendo feito um bicho. Deixa pra lá. Eu não tenho nada com isso.
Uma coisa que me causou espanto foi um cartaz que dizia: "Trabalho remunerado nos Estados Unidos". Pleonasmo, todo trabalho tem que ser remunerado. Trabalho não remunerado é trabalho escravo. Eu sinto vergonha pela instituição de permitir isso.
Tem gente pagando pra trabalhar. Pode?
Fica o tema sem título para reflexão.

terça-feira, 17 de junho de 2008

JB-Opinião - Desígnios de Deus em debate

Opinião - Desígnios de Deus em debate

Jarbas Passarinho

Há dias, cansado de ouvir argumentos a favor e contra as heranças positivas e negativas de 68, como as definiu Zuenir Ventura (obcecado por analisar o AI-5), assisti a um saboroso debate sobre os desígnios de Deus. Um, ateu, o outro um católico que tem horror dos que o são apenas de recenseamento. Ambos professores universitários. Haviam se desviado do tema da revolta universitária iniciada em Nanterre e logo ampliada na Sorbonne, e que por pouco não obrigou De Gaulle à renúncia.

Revolução universitária severa, mas que, inimiga da universidade liberal, a quem opôs o lema "É proibido proibir", não levantou propostas de reformas, merecendo de Raymond Aron o livro intitulado La révolution introuvable. Deixando o debate empatado, voltou-se o católico para a frase de Lula sobre Deus. Infeliz – salientou – como de hábito nos seus improvisos, disse recente e patrioticamente que desde Pedro Álvares Cabral que a Amazônia é "nossa". Isso ainda é desculpável, pois não se pode esperar de um apedeuta, que antes de Cabral descobrir o Brasil, o papa Alexandre VI, pelo Tratado de Tordesilhas, dera aos espanhóis as terras hoje da Amazônia, que só se tornou brasileira pelo Tratado de Madri de 1750.

Isso ainda se perdoava, mas não o que leu, em seguida, a notícia da descoberta de petróleo, mais uma, na Bacia de Santos. " Lula disse estar muito feliz com a notícia, pois acha que Deus resolveu passar no Brasil e ficar, o que é muito importante para nós". Heresia imperdoável, pois nega a ubiqüidade de Deus que estaria parado na Amazônia. Milenarista ortodoxo, prosseguiu:"É por sandices dessa natureza, que se fala com freqüência no fim do mundo". O Brasil investiu vultosos recursos, décadas e décadas, desde o monopólio da Petrobras, para chegar à auto-suficiência. De súbito, passa a nadar em petróleo, porque Deus resolveu parar na Amazônia, e levar as sondas de prospecção até chegar à estrutura petrolífera?

O herege aproveitou-se da indignação. Provocou: "Até Umberto Eco, um ateu, falando do Apocalipse, escreveu ao cardeal Martini, com quem polemicava, que " o Apocalipse pode ser tido como uma promessa, mas também como o anúncio de um fim. Não mais as sete trombetas e as tempestades de pedra e fogo, e o mar que se transforma em sangue, a queda das estrelas, os gafanhotos que surgem em meio à fumaça do poço dos abismos e os exércitos de Gog e Magog e a besta que surge do mar, mas o multiplicar-se dos depósitos nucleares hoje descontrolados e incontroláveis, as chuvas ácidas, tudo isso será o fim.

No entanto essas tolices atormentam mesmo os que crêem na Parúsia, não obstante ateus. Entre o fim e a promessa, afirmam que ainda temos esperança". Da demonstração de erudição, passou à ironia, dizendo que não sabe que santo teria dito que Deus ama, caridosamente mais os que o negam que os que fingem nele crer. Falou dos que Ele protege, na América do Sul, os que se consideram ateus, por força da ideologia.

Um exemplo: os furacões que devastam o Caribe e os mapas das probabilidades apontam para Cuba de Fidel Castro, que providencia abrigos, mas no dia seguinte o furacão muda de direção, ultrapassa Cuba sem lhe causar dano algum e vai arrasar Katrina, e com o sofrimento causa tremenda impopularidade a Bush, freqüentador de sua Igreja. De Chávez, outra prova.

Se diz discípulo de Marx, e conseqüentemente materialista, depois de tentar sem êxito um golpe de Estado contra um presidente eleito pelo voto direto, acaba anos depois elegendo-se presidente, cheio de problemas financeiros, pois o barril de petróleo vale 18 dólares.

A Venezuela é conhecida como um Estado rico e um povo pobre. Deus o socorre. Faz o preço subir em curva exponencial, progressivamente a 50 dólares a 80 e como ainda é pouco, bate o recorde a 130 dólares o barril. Como parou na Amazônia de Humboldt, solidifica sua popularidade imbatível com abundância de petróleo para empreender a política assistencialista de distribuição de bolsas.

Dá-lhe asas para unir-se, com o troco das achegas financeiras aos pobres, a vizinhos que ajuda a vencer eleições e expropriar o patrimônio dos países que, não sendo ricos, são menos pobres. Por tudo isso, prefiro que Deus cochile, como quer Lula, na Floresta Amazônica.


[ 17/06/2008 ] 02:01

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"Cabôca cherosa"

Que Verônica que nada! Gostosa mesmo é essa caboclinha cheirosa que só. Gôsto de igarapé geladinho
Ela não me sai da cabeça (de baixo)...
Pois é, já faz um bom tempo que não a vejo. Estou precisando interagir um pouco com ela. Um cafuné e tal...

domingo, 11 de maio de 2008

A FESTA DE MARTA


Como hoje sou um catador de poemas, colhi fragmentos de versos naquele jantar de sexta-feira, lá na casa da Marta, em Niteói/Rio, em que comemos um bom pirarucu, uma boa cerveja e batemos um bom papo. Recolhi pedaços de versos que as pessoas deixaram cair durante suas conversas, seus abraços e seus risos. Eu ficaria feliz se vcs dessem uma olhada na Estante do Cyrino0, na page dos Bessa, porque atualizei ontem com o Heyrton, minhas poesias. Vejam abaixo o pequeno poema que fiz para lembrar aquele jantarzinho na varanda da casa da Marta. Não é uma Festa de Babet, mas A FESTA DE MARTA



A Festa de Marta


José Dantas Cyrino Jr.



Marta, hoje o mar tá agitado,

não dá pro Pedro pescar,

eu trouxe um peixe do rio

pra gente fazer um jantar.



Mas põe a casaca no peixe

porque hoje o Rio está frio,

e vem preparar o jantar.



Vamos, Marta, para a varanda,

anda que a comida está farta,

anda que o peixe está pronto

e eu já servi a bebida,

vamos brindar ao reencontro

vamos comemorar a vida.



Beijos. Nào deixEM de dar uma olhada nas poesias atualizadAS.


José Dantas Cyrino Júnior




José Dantas Cyrino Júnior

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O QUE LISA CONTA

CONTO 6 - Uma história quase verdadeira

.Quando a família de Edvaldo se mudou para aquele lugar, ele tinha oito anos de idade. Gerardo, seu irmão, já ia fazer sete. A casa ficava em um conjunto residencial que tinha acabado de ser construído. O bairro era deserto e poeirento, isolado do resto do mundo. Não havia televisão, nem telefone, nem mesmo luz elétrica. A casa era iluminada por uma espécie de motor de luz que funcionava das 7 às 9 da noite. Depois, só lampiões, velas ou lamparinas à querosene. Com esse tipo de iluminação não se podia ler muito, então as crianças se divertiam com jogos de luz e sombra. Com as mãos, faziam formas de animais que se projetavam na parede. Às vezes escutava-se música no rádio à pilha. As vezes, quando tinha mais gente, principalmente meninas, brincavam de roda, “Corre-corre macuchila”, “Caí no poço”, esconde-esconde e outras brincadeiras coletivas.

Como as noites eram frescas, apesar do clima tropical, os pais costumavam acender fogueiras no quintal que serviam tanto para se aquecer quanto para clarear o ambiente. Às vezes contava-se histórias de assombração (Brrrrr...) ao redor da fogueira.. A cada história as crianças iam chegando mais perto dos pais... e fechavam os olhos e se assutavam com as sombras das árvores e o com o piar da coruja. Ninguém tinha coragem de se levantar dali nem pra fazer xixi. Mesmo morrendo de medo, pediam pra contar outra e mais outra e mais outra... Conclusão: na hora de dormir, iam todos para cama da mamãe!

Durante o dia, o único barulho que se ouvia era o do ônibus de madeira, pintado com cores extravagantes, que circulava no bairro a cada duas horas. A casa ficava quase no ponto final da linha, que sem dúvida, era também o ponto final do mundo. Havia poucas casas habitadas no conjunto. Mas como eram famílias numerosas tinha criança de tudo que era idade. As outras casas permaneciam vazias e sem chaves, à disposição da meninada que brincava de esconde-esconde e outras brincadeiras, em noite de lua cheia.

Além do conjunto em que moravam via-se apenas alguns casebres, espalhados, quilômetros de distância entre um e outro. Para quem estava acostumado a viver no centro da cidade, o lugar parecia mágico! Um silêncio absoluto reinava naquela espécie de vale sem montanhas, interrompido, ora pelo canto de toda espécie de pássaros, ora por concertos, em duas vozes, de sapos e cigarras, à boca da noite. À noite, o pisca-pisca dos vaga-lumes iluminava os caminhos secretos que os levavam a lugar nenhum. Fazia quase frio de madrugada. Os meninos pareciam felizes, vestidos em seus pijamas de mangas compridas, especialmente confeccionados para serem usados na casa nova.

Antes eles moravam num casarão antigo que alugavam no centro histórico da cidade. Lá havia pelo menos uma dezena de cômodos: quartos, banheiros, copa e cozinha, sala de jantar e um imenso corredor onde se passeava de bicicleta. No final do corredor, depois da copa, ficava o terraço (onde o pai tocava bandolim, todos os dias, ao cair da tarde). No fundo havia um enorme quintal, cheio de árvores frutíferas, entre elas uma mangueira centenária. Ah, tinha também um porão mal-assombrado! (Mas isso é uma história à parte...). A casa nova, ao contrário, era pequena, com apenas três quartos, uma sala, cozinha, banheiro e um pequeno hall de entrada. No entanto, havia bastante terreno ao redor da casa e todo o resto do bairro. A rua os pertencia, como uma extensão da casa. E do outro lado da estrada de poeira era a floresta, mata virgem e misteriosa: o paraíso proibido ao alcance das mãos.

Julho era um mês de estiagem. Quase não chovia e os dias eram ensolarados. Foi nesse período que, pela primeira vez, se ultrapassou a fronteira do paraíso. Adultos e crianças, jovens e menos jovens, pais, filhos, cachorros e papagaios, atravessaram a pista rumo à descoberta da Floresta. Um atrás do outro, munidos de facões, machados e roupas de banho, lançaram-se na grande aventura, em busca de frutos e plantas, de fontes de água e de emoções. Foi assim que encontraram um riacho de águas cristalinas que transformaram pouco a pouco numa verdadeira piscina natural.

A partir de então, durante meses e meses, ou talvez anos, todos os domingos e feriados, a vizinhança toda se reunia no “banhozinho” onde se passava o dia inteiro brincando dentro d’água, comendo peixe assado na brasa, jogando bola, subindo em árvores, saltando dos galhos, colhendo frutos das árvores: buriti, açaí, ingá, maracujá do mato, jatobá, sorva, etc. E aproveitavam da água e do sol até desaparecer o último raio de luz sobre a mata cerrada que iluminava o caminho de volta.

O odor das folhas perfumadas e o cheiro de terra molhada permanecem ativos na memória dos calvos “meninos. O calor úmido e o sol através das copas das árvores gigantes ainda queimam suas peles ressecadas. O barulhar do igarapé, o estalar das seringueiras ecoam em seus ouvidos e seus olhos parecem ainda ver os meninos, ensopados, correndo para apanhar as “seringas” espalhadas no chão de areia quente.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

PENSANDO NELA

Hoje eu tenho que pensar nela! Eu preciso dela.
Não se pode viver lutando contra a natureza.
É melhor flutuar e se deixar levar pela correnteza.
Eu quero sentir o corpo dela! Mesmo sendo ela uma cadela.
Que m.! Definitivamente, não sei escrever. Desisto!

domingo, 16 de março de 2008

Ajuricaba, velho guerreiro, continua tua luta, não desista dos teus sonhos, acredite no amor, viva suas paixões.
Chato isso! Ter que se auto estimular. Solidão. Solidão é assim, começa com a independência, com a auto-suficiência e a liberdade. Mas eu costumo dizer que só se é livre sozinho, solto.
Hoje estou sofrendo muito porque optei em ficar em casa sozinho do que ter a companhia da família. Fiquei deprimido. Não queria que fosse assim. Gostaria de estar com ela o tempo todo, mas...

sábado, 15 de março de 2008

Interface Homem-Máquina

O homem não consegue se comunicar com as máquinas através dos sentidos como se comunica com outro animal superior. Ainda dependemos do botão, do teclado, mais recentemente da voz.
As máquinas, pode se dizer, já são bastante inteligentes e conseguem com muita facilidade se comunicar entre elas, mas ainda deixam a desejar quando interagem com o homem. Elas possuem dezenas de sensores (luz, calor, etc.), unidades de controle e automação que as tornam precisas e eficientes. Ou seja, infalíveis.
A comunicação do homem com a máquina ainda é lento.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

HAPPEN AGAIN

Já está começando tudo de novo. O povo está voltando e o manezinho já começou quebrando tudo. O cara não se toca e continua teimando. Acha que pode fazer tudo, que sabe tudo, não troca ideias, nada. Resultado: Prejuízo causado por pura incompetência. Isso acontece por não procurar as pessoas certas para as coisas certas.
São problemas de fácil solução quando se é especialista mas incompreensível para os leigos.
Não estou conseguindo me concentrar para escrever porque branquelete esta me perturbando juntamente com o manezinho. Prometo voltar ao assunto brevemente.

Casamento

Tem casamento amanhã, sou padrinho e não tenho a mínima idéia do que seria 'ser padrinho de casamento'. Antigamente, padrinho era um cara exemplar, bem casado que servia de exemplo para os noivos. Eu certamente, sou o antônimo disso. Os padrinhos "exemplares" devem ser finíssimos. Estou curioso para conhece-los.
Eu, sinceramente, não curto essas coisas. Casamento pra mim foi um fracasso.
Então eu pergunto: Não é uma sacanagem comigo?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

TAQUI PRA TI - AS MUDAS ESTÃO MUDAS

TAQUI PRA TI
AS MUDAS ESTÃO MUDAS
José Ribamar Bessa Freire
10/02/2008 - Diário do Amazonas
Manaus, cidade careca. Aqui, as árvores, consideradas “inimigas da civilização”, estão condenadas à morte. A floresta é derrubada, queimada, aniquilada, numa guerra sem fim iniciada pelos portugueses em 1669, quando ergueram o Forte de São José da Barra do Rio Negro. Mas que continua ainda hoje. Para construir um shopping, a SONAE – um império luso que reúne 43 corporações em dezenas de países - acaba de destruir um dos últimos fragmentos de floresta urbana no Igarapé da Magistral. Leitores indignados propõem represálias contra os responsáveis, incluindo aí os políticos.

Os poderes públicos – Executivo, Legislativo e Judiciário - que deviam zelar pela qualidade de vida da população, são aliados subservientes das grandes empresas, que só querem saber do lucro. No século XIX, uma lei proibiu o corte de árvores no perímetro urbano, mas nunca foi cumprida. Há dois anos, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA) anunciou que a meta do prefeito Serafim Corrêa era plantar 1.000.000 (hum milhão) de árvores em quatro anos, transformando Manaus num belo jardim. Conversa fiada. O que fizeram foi desplantar.

A vingança dos bichos

Diante de tal desplante, a leitora Elisa Souto Bessa, minha prima, sonhou que o povo, consciente e mobilizado, boicotava o shopping da Sociedade Nacional de Aglomerados e Estratificados (SONAE). Depois da inauguração, ninguém botava o pé lá dentro. Esse ‘templo’ do consumo ficou vazio, os ‘fiéis’ revoltados sumiram do mapa. “Imaginem as lojas com roupas empilhadas, intactas no balcão. Os vendedores tristes, coçando o saco, os donos das butiques irritados coçando a cabeça, em busca de uma solução” - escreve Elisa.

Ela sugeriu o seguinte cenário: “o supermercado com produtos vencidos apodrecendo: farinhas bichadas, frutas murchas, verduras amareladas, lanchonetes com as máquinas de café paradas, pães de queijo duros no lixo, sorvetes virando suco, escadas rolantes rolando sozinhas. Especialistas internacionais em marketing, chamados para uma reunião de emergência no Tropical Resort, bolam estratégias para atrair o consumidor. Tudo em vão. Manaus fica conhecida como a cidade que derrotou um shopping arboricida”.

O fato, inédito, atrai repórteres do mundo inteiro. A TV Globo faz um programa especial. A mídia internacional abre manchetes escandalosas. La Prensaberra: “Manaus confirma que el pueblo unido jamás será vencido”. Le Monde reforça: “Victoire du peuple à la défense de l’environnement”. O sóbrio New York Times: “The boycott, this is possible”. O Der Spiegel escreve algo como “Das volk sieg...”. Até mesmo o Diário de Lisboa, com clareza contundente, diz: “Ralé defende beldroegas e popinhas”.

Esse sonho, se compartilhado por todos, comprova que os nativos não aceitam mais as agressões à qualidade de vida como “algo inevitável”. Acabou o conformismo. Os manauaras deixam de ser bobos passivos e se tornam atores do seu próprio destino. Mas o sonho não para ai. Ele inclui os antigos habitantes do lugar, os bichos, que decidem voltar pra casa e tomar o shopping de assalto. Inspirada nas formigas que colocaram pra correr a população de velho Airão, obrigando a fundação de uma nova cidade, a leitora Elisa imagina a vingança dos bichos.

Revoadas de pássaros, como no filme de Hitchcock, invadem os espaços vazios, pousando em lustres e fios. Centenas de macacos escorregam nos corrimões, pulando nas escadas rolantes, uns vestindo roupas das vitrines, imitando manequins, outros devorando bananas no horti-fruti. Preguiças descansam nos sofás das lojas de móveis. Passeando no elevador, pacas e tatus. Cutias não! As cutias ocupam a praça da alimentação, ficando com dor de dente de tanto-tanto comer doce quente, e os fiofós delas começam a assoviar.

As saúvas desfilam com pedaços de couve. Cobras-cipó se enrolam nas colunas. Sapos e rãs lavam o pé na borda da fonte. Camaleões exibem suas cores nas lojas de eletrodomésticos. Urubus e gaviões no açougue, lontras na peixaria, lagartos nas folhas de alface, formigas no açúcar, compotas e geléias. Os empresários tentam expulsar os animais, mas são comidos pelas onças. Um cenário pra George Orwell nenhum botar defeito! Pode até ser uma ópera bufa encenada pelo Berinho no Teatro Amazonas.

A horrível civilização

A transformação de Manaus num inferno vem sendo documentada, sobretudo, por observadores estrangeiros. O médico alemão Robert Avé-Lalemant ficou horrorizado com os cadáveres que viu em Manaus em 1859, produzido pela burrice e pela estupidez humana. Ele estava passeando. De repente – escreve - “ouvi o bater do machado”. Foi ver o que era. Encontrou o próprio Comandante da Praça, Amorim Bezerra, com seus homens, derrubando e queimando a mata. “Pairava a imagem do aniquilamento. Sobre as colinas, viam-se alguns troncos carbonizados e outros só meio queimados”.

O médico vê, agonizando, algumas “belas palmeiras” de tucumã. “Seus espinhos tinham sido queimados, seus troncos carbonizados, suas nobres folhas esturradas. Algumas lutavam visivelmente com a morte; outras, de pé, hirtas, como cadáveres. A floresta olhava muda e sombria, com suas árvores gigantescas, para o quadro da horrível civilização aniquiladora”.

Quatro anos depois desse episódio, em 1863, os deputados da Província do Amazonas aprovaram uma lei, proibindo o corte, dentro de Manaus e na margem dos igarapés, de sorveiras, pajurás, umiri, muruci, cumarú e outras árvores. O infrator podia pegar de cinco a oito dias de prisão por cada árvore derrubada e o dobro na reincidência. A lei foi para alemão ver. Nunca vingou, ninguém foi preso por esse crime.

Há dois anos, escrevi aqui nesse Diário uma crônica elogiando a SEMMA, que firmou convênio com Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para produzir 660 mil mudas de árvores com o objetivo de arborizar a cidade. Na época, estava previsto gastar R$ 3,6 milhões para produzir e distribuir mudas e recuperar áreas degradadas, áreas verdes, parques e similares. As mudas seriam plantadas nas praças, ruas e avenidas e também distribuídas para a população usar em seus quintais. Tudo isso estava planejado para ser feito em dois anos.

A secretária da SEMMA, Luciana Valente, naquela ocasião jurou que a meta do prefeito Serafim Corrêa era plantar um milhão de árvores até o final do mandato. Acreditei. Elogiei. Enganei os leitores, a quem também peço minhas desculpas manauaras. As mudas da Luciana Valente e do Serafim permanecem mudas. Talvez falem nas urnas.

P.S. – Meu amigo baiano, Gilberto Menezes Moraes, professor de engenharia na UERJ, não esconde sua frustração, porque os cartões corporativos, usados pelo pessoal do governo, compraram tudo: da sinuca à tapioca. Menos livros. Não existe UM SÓ livro comprado com o cartão corporativo, o que é bastante revelador. Agora, se o ministro que comprou a tapioca tivesse me avisado, juro que eu teria depositado os R$8,50 na conta dele. Não precisava se sujar por tão pouco.

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domingo, 3 de fevereiro de 2008

Domingo de Carnaval

Domingo de Carnaval, o telefone já tocou várias vezes mas eu não identifiquei, deve ser meu sobrinho querendo partir pra Saqua. Na Marquês de Sapucaí está desfilando a Escola de Samba lá de Botafogo, a São Clemente puxada por Leonardo Bessa. Lá fora, longe da televisão, só se ouve os grilos. A região aqui já é quieta, hoje então!

sábado, 26 de janeiro de 2008

SAMBA VIGÁRIO 2008!!!

AUTORES: GLAUCO VIEIRA E CADU PACHECO
VOZ: RODRIGO BESSA
GUITARRA: DANIEL BESSA

MEU SAMBA
É UMA ARTE QUE BATE E INVADE
O SEU CORAÇÃO
QUANDO O VIGÁRIO PASSA
ARRASTA A MULTIDÃO
É IMPOSSIVEL AMOR FICAR PARADO
NESSE ARRASTÃO DE EMOÇÃO
VEM COM A GENTE SER FELIZ
SEM TER HORA PRA ACABAR
HOJE VOU ROUBAR SEU CORAÇÃO

AH ESSE SAMBA É DIFERENTE
UM BATUQUE ENVOLVENTE
AI MEU DEUS QUANTA EMOÇÃO
SE LIGA GENTE
VAI PRA TRAZ E VAI PRA FRENTE
BATERIA CHAPA QUENTE
FAZ SAMBAR DE PÉ NO CHÃO (EÔ, EÔ...)

SOU VIGARÍSTA (EU SOU, EU SOU)
E PRA AVENIDA (EU VOU, EU VOU)
E QUEM PARAR (SAI DA FRENTE)
BLOCO DO VIGÁRIO VAI PASSAR

TA ROLANDO A MAIOR ENERGIA
TODO MUNDO SAMBANDO QUE ALEGRIA
E GERAL VAI CAIR NA FOLIA
EU SOU VIGÁRIO E O MEU SAMBA CONTAGIA!





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AQUI ESTOU!

Assunto: Aqui estou!
Data: 6/23/01 3:32:29 PM Pacific Daylight Time
De: Mhelenarquiteta
Para: Ajuricaba

Oi, Ajuricaba
Vou tentar relembrar o que ja havia te escrito. Espero que você esteja bem e que seu fim de semana esteja sendo legal.
Comecei o dia caminhando ate o Arpoador e Farme de Amoedo em Ipanema. Fiquei uns 40 minutos sentada na pedra do Arpoador curtindo o sol e as ondas fortes batendo nas pedras. Gosto de admirar o mar, a natureza. Havia tambem uns 50 surfistas pegando onda. Tomei minha agua de coco e depois fui visitar uma amiga. Ela acabou vindo almoçar aqui em casa. So agora pude vir para o computador.
Realmente você não e alto, somos quase da mesma altura. Você descende de europeus? De quem puxou esses olhos azuis? E suas filhas, são parecidas com você?
Nasci em Curitiba e vim para ca pequena, mas nas ferias do colegio e faculdade sempre ia para la. Resultado: tive uns namorados por la que a distância acabou separando. Penso que se tivesse me mudado para la ja estaria casada ha muito tempo. Em 85 fui noiva por aqui de um paulista, mas resumindo ele era muito mulherengo e o relacionamento acabou esfriando de tanta dor de cabeça que me deu. Penso que se morasse sozinha ja estaria vivendo com alguem. Parece que alguns homens tem receio de tirar a gente de casa e não dar certo. Sua curiosidade esta satisfeita? Depois podemos conversar melhor sobre este assunto.
Trabalho em casa como arquiteta autônoma desenhando no computador e fazendo aprovações de projeto na Prefeitura, CEDAE e Secretaria de Saude. Tambem sou decoradora. Volta e meia faço prestação de serviços para alguma firma.
Quando puder escreva, estou gostando de me corresponder com você.
Bom domingo! Um abraço,
Helena


Oi Helena!
Passei o dia com a tua menssagem na cabeça. Te imaginando no Arpoador. Como era lá em Curitiba. E como tu és, teu jeito.
Está ficando difícil te escrever. Estão me faltando as palavras. Está me invadindo a emoção. (pausa)

BLOCOS POPULARES

Bloco Rola Preguiçosa
concentra na esquina das ruas Epitácio Pessoa e Maria Quitéria,
na Lagoa. O bloco sai da Lagoa, , passa pela rua Maria Quitéria e
segue pela Rua Visconde de Pirajá. A dispersão é na rua Farme de
Amoedo.
Concentra mas não sai
concentra na Rua Ipiranga, nº 57, em Laranjeiras. A partir das 18
horas do dia ??/??/??, em frente ao restaurante "Carne de Sol".
Fundado em 95 pela cantora Beth Carvalho, é o único que não sai
pelas ruas do Rio.
Dois pra lá, dois pra cá
concentra na rua da Passagem, 101, em Botafogo. O bloco sai de
Botafogo e passa pelo Túnel Novo, indo parar em frente ao Hotel
Copacabana Palace.
Banda da Sá Ferreira
concentra na Avenida Atlântica, em frente à rua Sá Ferreira, em
Copacabana. Tradicionalmente a banda percorre as principais
ruas do Posto Seis.
Banda Cordão do Bola Preta
concentra na rua 13 de Maio, no Centro. A banda segue pelas ruas
Araújo Porto Alegre, México, Avenida Nilo Peçanha e Largo da
Carioca.
Banda de Ipanema
concentra na Praça General Osório, em Ipanema. O trajeto começa
na rua Teixeira de Melo e vai até a Avenida Vieira Souto. Em
seguida, entra na rua Joana Angélica e retorna ao ponto de partida
pela rua Visconde de Pirajá.
Bloco Turma da Solimões
concentra na esquina das ruas Solimões e Xisto Bahia, em
Piedade. Segue pelas ruas Ana Quintão, Antonio Vargas, Teixeira
de Pinho, Padre Nóbrega e pela Avenida Suburbana.
Bloco Barrako's da Piedade
concentra na esquina da rua Emílio de Menezes com rua Cambaí,
em Piedade. Percorre a Avenida Suburbana até a rua Bernardino
de Campos. Retorna pela Avenida Suburbana e a dispersão é na
rua Padre Nóbrega..
Banda da Freguesia
concentra na Praça Professora Camisão, em Jacarepaguá.
Simpatia é Quase Amor
concentra na Praça General Osório, em Ipanema. Concentra a
partir de 16:00 horas dos dias ??/?? e ??/??/??. Com uma bateria
de 100 componentes, o bloco é um dos mais conhecidos do Rio.
Os foliões do Simpatia não animam só o carnaval de Ipanema, mas
estão presentes em vários pontos da cidade.
Home-page : http://www.sitesbrasil.com/simpatia/
Bloco da Segunda
concentra em frente à Cobal de Botafogo, em Botafogo. O bloco,
que tem 11 anos, concentra a partir de 17 horas do dia
??/??/??. O início do desfile, com 2 mil participantes, é na rua
Voluntários da Pátria e vai até a rua Martins Ferreira, retornando
pela rua São Clemente.
Cachorro Cansado
concentra na rua Barão de Flamengo, 35, no Flamengo. Desfila
pelas ruas Paissandu, Tucumã e Senador Vergueiro. A dispersão é
no ponto de partida.
Banda da Amendoeira
concentra nas esquinas das ruas Quaraim e Paranapiacaba, em
Piedade. Desfila pelas ruas Padre Nóbrega, Antonio Vargas e
Paranapiacaba.
Bloco da Tramela
concentra nas esquinas das ruas João Pinheiro e Teresa
Cavalcante, em Piedade.
Banda da Bolívar
concentra na esquina da rua Bolívar com Avenida Atlântica, em
Copacabana. Passa pelas ruas Ayres Saldanha, Miguel Lemos e
Avenida Atlântica. A dispersão é no ponto de partida -
Copacabana
Banda da Santa Clara
concentra nas esquinas da rua Santa Clara e Avenida Atlântica, em
Copacabana. A banda não desfila pelas ruas, fica concentrada na
Avenida Atlântica - Copacabana.
Meu bem, eu volto já
concentra a partir de 16 horas do dia ??/??/?? na rua Gustavo
Sampaio , em frente ao restaurante "Taberna do Leme". O bloco,
fundado em 94, tem uma bateria de 60 músicos e sai com 2 mil
pessoas.
Barba's
concentra a partir das 15 horas do dia ??/??/?? na rua General
Polidoro com rua Arnaldo Quintela, em Botafogo. A bateria tem
60 componentes, que animam cerca de 2 .500 foliões. Fundado em
83, o bloco é referência no carnaval de rua do Rio de Janeiro.
Duas kombis vão garantir a alegria das crianças. Um carro-pipa
garante o banho dos foliões.
Suvaco de Cristo
concentra a partir de 16 horas do dia ??/??/?? em frente ao Bar
Jóia, na rua Jardim Botânico, esquina com rua Faro. Criado em
83, o bloco é um dos mais famosos da zona sul. Tem uma bateria
de 100 músicos e 5 mil participantes.
Nem muda nem sai de cima
concentra na rua Garibaldi, 13, na Muda.
Banda Carmem Miranda
concentra na Avenida Delfim Moreira, esquina com rua Rainha
Guilhermina.
Bloco Lira do Delírio
concentra, na rua Farme de Amoedo, em Ipanema.
Bloco Clube do Samba
concentra na rua da Lapa, nº 41 - Centro
Bloco Cacique de Ramos
concentra nas esquinas das avenidas Presidente Vargas e Rio
Branco - Centro.
Bloco das Carmelitas
concentra a partir das 17 horas do dia ??/??/??, rua Hermenegildo
de Barros, esquina com Ladeira de Santa Teresa. Ele volta às ruas
na terça-feira, dia 16. Fundado em 90, o bloco tem uma bateria de
70 componentes. Cerca de 3 mil pessoas acompanham o desfile
pelas principais ruas de Santa Teresa.
Banda do Leme
concentra na esquina das ruas Padre Antonio Vieira com Avenida
Atlântica - Leme
Cordão Carnavalesco Folia do Pingüim
concentra no Arpoador - Ipanema.
Coração de Copacabana
concentra na esquina da Avenida Atlântica com rua Almirante
Gonçalves - Copacabana.
Boca Maldita
concentra na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana
com Avenida Prado Júnior.
Chopinho da Paula Freitas
concentra na esquina da rua Paula Freitas com Avenida Atlântica.
Cabeça de Chave
concentra na esquina da rua Duvivier com Avenida Atlântica.
Bandida
concentra na esquina das ruas Rodolfo Dantas e Ronald de
Carvalho.
Papudinha
concentra na Praça Rio Comprido , no Rio Comprido.
Afonso Pena
concentra na Praça Afonso Pena, na Tijuca.
Banda da Glória
concentra a no Largo da Glória.
Banda Pedro Américo
concentra na rua Pedro Américo, no Flamengo.
Urso Branco
concentra na esquina das rua Barão de Guatemi e rua do Matoso -
Praça da Bandeira.
Banda do Arroxo
concentra na esquina das ruas Belford Roxo e rua Ministro
Viveiros de Castro.
Boka de Espuma
concentra na rua Marquês de Olinda, em Botafogo.
Banda Ronca
concentra na esquina da rua Ronaldo de Carvalho com Avenida
Atlântica.
Banda Clube Nobre
concentra na Praça do Peixoto - Bairro Peixoto - Copacabana.
Banda Sheik do Estácio
concentra na rua Barão de Ubá, no Rio Comprido.
Empurra que Pega
concentra na rua Carlos Góis esquina com rua Ataulfo de Paiva,
nos dias ?? e ??/??/??, sábado e terça-feira de carnaval. O
Empurra, fundado em 92, sai com 4 mil pessoas.
Sorri pra Mim
concentra no Boulevard 28 de Setembro em frente ao restaurante
"Petisco da Vila". O bloco, que tem apenas 2 anos e já conta com
2 mil participantes, Desfile nos dias 13 e 16/02/99.
Imprensa que eu gamo
concentra às 16 horas do dia 30/01/99, no Mercadinho São José,
na rua Gago Coutinho. É um bloco que reúne diversos jornalistas,
principalmemte os que são ligados à cultura. Duas mil pessoas
saem no bloco, animado por uma bateria de 60 componentes.

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